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terça-feira, 31 de maio de 2011

HISTÓRIA POLÍTICA VIVIDA - RESUMO (CONTINUAÇÃO) 5ª PARTE - A PRIMEIRA GESTÃO DE JOSÉ ANTONIO CASTILHO



                          O fraco candidato indicado pela situação para sucedê-lo chegou na última posição daquele pleito, demonstrando que o povo queria realmente a alternância no poder local, e como já narrado anteriormente, na época vinha sendo comandado por Jair Pereira Duarte por longo seis anos.
                            Com eleição finalizada e tendo seu nome sufragado nas urnas, Castilho surgiu naquela época, como a esperança de desenvolvimento pregada pelos opositores de Jair Duarte. Castilho fora eleito com os votos e o apoio da oposição, inclusive o financeiro, sem o qual este nunca chegaria a ser eleito. A chapa formada por José Castilho e Antonio Leonildo Ortega tomaria posse no primeiro dia de janeiro do ano de 1989. Junto com eles o novo legislativo, formado então com a nova composição constitucional de 09 (nove) membros. Foram eleitos os Vereadores, Juarez de Carvalho, (PMDB) Maricone Luiz Zanovello,(PL) Henrique Silvério de Almeida,(PFL) Paulo de Almeida Costa,(PMDB) Hermenegildo Rodrigues de Melo, (PMDB) João Marchetti, (PFL) Edvino Roque Kuhn,(PTB) Noel Pagoto (Pacotão)(PTB) e Lotário Budke (PMDB).
                            José Castilho formou seu Secretariado, convidando a oposição para integrá-lo. Na secretaria de finanças, colocou Gilmar de Oliveira, para Secretaria de Viação e Obras chamou Altair Grobe, Roberto Martin Wilke assumiu a Secretaria de Administração, na Educação chamou a Professora Efigênia Zavitoski, na Saúde foi colocado para comanda-la o jovem médico na época recém chegado no Município, Dr. Paulo Eromar Berch e na Assessoria Jurídica, Nilton Flávio Ribeiro.
                            Nos dois primeiros anos de seu mandato, Castilho e sua equipe fez algumas mudanças significativas no setor administrativo. Algumas obras importantes aconteceram neste período, principalmente a abertura de estradas, podendo se destacar a estrada que liga a Gleba São João à Sede do Município, via localidade do Engano, a que ligou a localidade denominada “13” ao Novo Paraná, via Córrego Alfredo Carson, e aquela atualmente em desuso, que ligava a MT 220 a MT 338, partindo da entrada que dava acesso a Vila São João até encontrar a estrada da Baiana (MT 338). Também foi no mandato de José Antonio Castilho, que a cidade teve sua primeira pavimentação asfáltica, com o asfaltamento da antiga Avenida Dona Leopoldina (atual Guilherme Meyer). É importante ressaltar um fato acontecido nesta ocasião, que de deu azo a muitas críticas inclusive como motivo de chacotas, por aqueles que passaram pela cidade naquela época. Foi à construção das “galerias” pluviais na avenida principal idealizada e projetada pelo Engenheiro mecânico Roland Eugênio Alberto Sidow e executada de forma veemente pelo Prefeito José Castilho.
                            A obra resumia-se em alguns pontos estratégicos da avenida, construir poços para capitação da água da chuva. Fazia-se os poços tijolados, com “boca de lobos”, como se fosse uma galeria para captação das águas pluviais, somente com um diferença, a água captada, não se escoaria pelo sistema de tubos, ficaria armazenada no fosso, que segundo seu idealizador, iria aos poucos sendo absorvida pelo lençol freático. A princípio a ideia parecia ser boa, porém revelou-se o maior fiasco, virando motivo de gozação e símbolo de malversação do dinheiro público.
No primeiro período de chuva, após o término da obra, os fossos não absorveram a grande quantidade de água, tornando-se um criadouro de mosquitos. Já no final das “águas”(nome dado ao período das chuvas), os fossos já estavam repletos de entulhos e assoreados por areias trazidas pelas enxurradas. Ainda nos dias atuais deve-se encontrar alguns desses fossos, que deveria entrar para os arquivos das absurdas obras e monumento a malversação, para que a população futura nunca se esqueça de como o dinheiro público fora tratado em Porto dos Gaúchos. 
                            A oposição, não deixou barato, partiu para o ataque, acusando o Prefeito de estar mancomunado com o proprietário da olaria, com o propósito de desviar dinheiro dos cofres públicos. O dono da olaria fornecedora dos tijolos seria beneficiado com a venda dos mesmos e Castilho ganharia com o superfaturamento da absurda obra. É importante salientar que neste caso específico, nada ficou comprovado, deixo claro que isto era a reclamação e o objeto do discurso dos oposicionistas de Castilho.
                            Porém esta administração também fora marcada pelo desacerto interno, que culminou com o racha da equipe administrativa que tinha iniciado o mandato com o Prefeito. Trazido pelas mãos do então secretário Municipal de Finanças Gilmar de Oliveira, vindo da vizinha cidade de Novo Horizonte do Norte, fora contratado o Técnico em Contabilidade Laércio de Almeida Marin.
 Aos poucos Laércio conseguiu envolver o Prefeito em uma série de escândalos. O Técnico de Contabilidade, usando da arte conspiratória, imediatamente conseguiu a queda do Secretário que o havia contratado, tomando-lhe o lugar com o apoio do Castilho. Laércio também era acusado pela oposição, de ter  sido responsável  pela separação do Prefeito, já que acobertava o Alcaide em suas relações extraconjugais. Suspeitava-se que foi em consequência disto que ele havia acrescentado poder no setor administrativo municipal, dando azo ao racha na equipe administrativa que havia tomado posse com Castilho. Laércio também era acusado pela oposição de enriquecimento ilícito no desempenho das suas funções municipais. A oposição o acusava  de ter obtido considerável aumento patrimonial. Laércio fora considerado a eminência parda do José Castilho, influenciando o Prefeito em suas decisões político-administrativas.
                            Castilho mais tarde, ainda sob influência de Laércio Marim abandonou o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), no qual havia sido eleito, ingressando no Partido da Frente Liberal (PFL), dando apoio a Candidatura ao Governo de Mato Grosso Jaime Campos no município.
                            Há um fato importante que deve ser acrescentado na primeira gestão do Castilho, foi quando ao fecharem acordo para o apoio a Jaime Campos para o Governo, houve uma disputa local pela coordenação da campanha, envolvendo o antigo Prefeito Jair Duarte e o então José Castilho, ambos na época adversários históricos. Em uma reunião realizada no antigo ginásio de esportes da Igreja Católica, o palanque formado com o grupo de José Castilho e por outro lado de Jair Duarte deixaram o momento inesquecível de tão  hilariante que fora. Quando um deles subia no palanque o outro imediatamente descia, com o propósito de não dividirem o mesmo “palco”. Ou quando um subia, o outro insistia em subir também, a fim de não permitir o destaque político um do outro. Na época este episódio foi motivo de grande chacota política entre os adversários de ambos.
                            Outro fato que marcou esta disputa foi na reunião realizada na casa do empresário e agropecuarista Genor Menegatti. José Castilho usando de sua destreza política, sabendo da rivalidade na época  nutrida por Genor contra o seu desafeto o antigo Prefeito Jair Duarte, marcou a reunião na residência do empresário. Quando a comitiva do então candidato Jaime Campos chegou para reunião, Jair Duarte, não se sabe se fora a pedido de José Castilho foi impedido de permanecer no local, pelo dono da residência. Esta situação causou um grande desconforto entre a comitiva dos políticos, sendo que parte deles, comandada pelo então candidato ao Senado Julio Campos, foram reunir na casa de Jair Duarte. Permanecendo outra parte, com o candidato ao Governo Jaime Campos na residência do empresário.                             
                            Um outro episódio que causou grande constrangimento a equipe administrativa de Castilho, era o fato dele, em certos momentos de sua gestão acovardar-se  deixando de tomar decisões que somente dependia dele. Uma certa ocasião, Castilho estava nas dependências da Secretaria Municipal de Saúde, quando vieram lhe avisar que havia no saguão da Prefeitura uma pessoa que queria falar-lhe. O Prefeito não querendo atender o indivíduo, e não podendo retornar para seu gabinete, mandou falar que não estava e em seguida, deixou a Prefeitura de forma furtiva, saindo pela janela da sala, o fato fora testemunhado por alguns membros de sua equipe e funcionários da mencionada Secretaria.


                            Todas estas posturas e disputas internas vieram agravar ainda mais o relacionamento do então Prefeito José Castilho, com a equipe que o ajudara eleger, e, com as proximidades das eleições municipais o racha consolidou. Naquela época ainda não havia reeleição, e Castilho receoso que pudesse perder as eleições para os seus antigos aliados, lançou para sua sucessão nada mais que aquele que se tornaria mais tarde seu  grande adversário político, Nércio Arend.
                            A oposição ao Prefeito José Castilho, era formada por Nilton Flávio Ribeiro, Altair Grobe e Paulo Eromar Bersch, que lançaram como candidato a Prefeito o jovem médico Paulo Eromar Bersch, para disputar as eleições Municipais. O partido escolhido era o PDT, em coligação com o PSDB e com o PMDB de Juarez de Carvalho, que indicou a Vice, ou seja, o seu próprio nome.
                            Com o apoio de José Castilho, Nércio Arend teve seu nome sufragado nas urnas, elegendo-se Prefeito de Porto dos Gaúchos. Castilho deu seu apoio a Nércio Arend, com o evidente propósito de manter seu domínio político sobre o candidato, que era considerado pela oposição um Prefeito fraco e de parco conhecimento cultural e administrativo. (continua....)

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