O fraco candidato
indicado pela situação para sucedê-lo chegou na última posição daquele pleito,
demonstrando que o povo queria realmente a alternância no poder local, e como
já narrado anteriormente, na época vinha sendo comandado por Jair Pereira Duarte por
longo seis anos.
Com
eleição finalizada e tendo seu nome sufragado nas urnas, Castilho surgiu
naquela época, como a esperança de desenvolvimento pregada pelos opositores de
Jair Duarte. Castilho fora eleito com os votos e o apoio da oposição, inclusive
o financeiro, sem o qual este nunca chegaria a ser eleito. A chapa formada por
José Castilho e Antonio Leonildo Ortega tomaria posse no primeiro dia de
janeiro do ano de 1989. Junto com eles o novo legislativo, formado então com a
nova composição constitucional de 09 (nove) membros. Foram eleitos os
Vereadores, Juarez de Carvalho, (PMDB) Maricone Luiz Zanovello,(PL) Henrique
Silvério de Almeida,(PFL) Paulo de Almeida Costa,(PMDB) Hermenegildo Rodrigues
de Melo, (PMDB) João Marchetti, (PFL) Edvino Roque Kuhn,(PTB) Noel Pagoto
(Pacotão)(PTB) e Lotário Budke (PMDB).
José
Castilho formou seu Secretariado, convidando a oposição para integrá-lo. Na
secretaria de finanças, colocou Gilmar de Oliveira, para Secretaria de Viação e
Obras chamou Altair Grobe, Roberto Martin Wilke assumiu a Secretaria de
Administração, na Educação chamou a Professora Efigênia Zavitoski, na Saúde foi
colocado para comanda-la o jovem médico na época recém chegado no Município,
Dr. Paulo Eromar Berch e na Assessoria Jurídica, Nilton Flávio Ribeiro.
Nos
dois primeiros anos de seu mandato, Castilho e sua equipe fez algumas mudanças
significativas no setor administrativo. Algumas obras importantes aconteceram
neste período, principalmente a abertura de estradas, podendo se destacar a
estrada que liga a Gleba São João à Sede do Município, via localidade do
Engano, a que ligou a localidade denominada “13” ao Novo Paraná, via Córrego
Alfredo Carson, e aquela atualmente em desuso, que ligava a MT 220 a MT 338, partindo da
entrada que dava acesso a Vila São João até encontrar a estrada da Baiana (MT
338). Também foi no mandato de José Antonio Castilho, que a cidade teve sua
primeira pavimentação asfáltica, com o asfaltamento da antiga Avenida Dona
Leopoldina (atual Guilherme Meyer). É importante ressaltar um fato acontecido
nesta ocasião, que de deu azo a muitas críticas inclusive como motivo de
chacotas, por aqueles que passaram pela cidade naquela época. Foi à construção
das “galerias” pluviais na avenida principal idealizada e projetada pelo
Engenheiro mecânico Roland Eugênio Alberto Sidow e executada de forma veemente
pelo Prefeito José Castilho.
A
obra resumia-se em alguns pontos estratégicos da avenida, construir poços para
capitação da água da chuva. Fazia-se os poços tijolados, com “boca de lobos”,
como se fosse uma galeria para captação das águas pluviais, somente com um
diferença, a água captada, não se escoaria pelo sistema de tubos, ficaria
armazenada no fosso, que segundo seu idealizador, iria aos poucos sendo
absorvida pelo lençol freático. A princípio a ideia parecia ser boa, porém
revelou-se o maior fiasco, virando motivo de gozação e símbolo de malversação
do dinheiro público.
No primeiro período de chuva, após o
término da obra, os fossos não absorveram a grande quantidade de água,
tornando-se um criadouro de mosquitos. Já no final das “águas”(nome dado ao
período das chuvas), os fossos já estavam repletos de entulhos e assoreados por
areias trazidas pelas enxurradas. Ainda nos dias atuais deve-se encontrar
alguns desses fossos, que deveria entrar para os arquivos das absurdas obras e
monumento a malversação, para que a população futura nunca se esqueça de como o
dinheiro público fora tratado em Porto dos Gaúchos.
A
oposição, não deixou barato, partiu para o ataque, acusando o Prefeito de estar
mancomunado com o proprietário da olaria, com o propósito de desviar dinheiro
dos cofres públicos. O dono da olaria fornecedora dos tijolos seria beneficiado
com a venda dos mesmos e Castilho ganharia com o superfaturamento da absurda
obra. É importante salientar que neste caso específico, nada ficou comprovado, deixo
claro que isto era a reclamação e o objeto do discurso dos oposicionistas de
Castilho.
Porém
esta administração também fora marcada pelo desacerto interno, que culminou com
o racha da equipe administrativa que tinha iniciado o mandato com o Prefeito.
Trazido pelas mãos do então secretário Municipal de Finanças Gilmar de Oliveira,
vindo da vizinha cidade de Novo Horizonte do Norte, fora contratado o Técnico
em Contabilidade Laércio de Almeida Marin.
Aos poucos Laércio conseguiu envolver o
Prefeito em uma série de escândalos. O Técnico de Contabilidade, usando da arte
conspiratória, imediatamente conseguiu a queda do Secretário que o havia
contratado, tomando-lhe o lugar com o apoio do Castilho. Laércio também era
acusado pela oposição, de ter sido responsável pela separação do Prefeito, já que acobertava
o Alcaide em suas relações extraconjugais. Suspeitava-se que foi em consequência
disto que ele havia acrescentado poder no setor administrativo municipal, dando
azo ao racha na equipe administrativa que havia tomado posse com Castilho.
Laércio também era acusado pela oposição de enriquecimento ilícito no desempenho
das suas funções municipais. A oposição o acusava de ter obtido considerável aumento patrimonial.
Laércio fora considerado a eminência
parda do José Castilho, influenciando o Prefeito em suas decisões
político-administrativas.
Castilho
mais tarde, ainda sob influência de Laércio Marim abandonou o Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), no qual havia sido eleito, ingressando
no Partido da Frente Liberal (PFL), dando apoio a Candidatura ao Governo de
Mato Grosso Jaime Campos no município.
Há
um fato importante que deve ser acrescentado na primeira gestão do Castilho, foi
quando ao fecharem acordo para o apoio a Jaime Campos para o Governo, houve uma
disputa local pela coordenação da campanha, envolvendo o antigo Prefeito Jair
Duarte e o então José Castilho, ambos na época adversários históricos. Em uma
reunião realizada no antigo ginásio de esportes da Igreja Católica, o palanque
formado com o grupo de José Castilho e por outro lado de Jair Duarte deixaram o
momento inesquecível de tão hilariante
que fora. Quando um deles subia no palanque o outro imediatamente descia, com o
propósito de não dividirem o mesmo “palco”. Ou quando um subia, o outro
insistia em subir também, a fim de não permitir o destaque político um do
outro. Na época este episódio foi motivo de grande chacota política entre os
adversários de ambos.
Outro
fato que marcou esta disputa foi na reunião realizada na casa do empresário e
agropecuarista Genor Menegatti. José Castilho usando de sua destreza política,
sabendo da rivalidade na época nutrida
por Genor contra o seu desafeto o antigo Prefeito Jair Duarte, marcou a reunião
na residência do empresário. Quando a comitiva do então candidato Jaime Campos
chegou para reunião, Jair Duarte, não se sabe se fora a pedido de José Castilho
foi impedido de permanecer no local, pelo dono da residência. Esta situação causou
um grande desconforto entre a comitiva dos políticos, sendo que parte deles,
comandada pelo então candidato ao Senado Julio Campos, foram reunir na casa de
Jair Duarte. Permanecendo outra parte, com o candidato ao Governo Jaime Campos
na residência do empresário.
Um outro episódio que causou grande constrangimento a equipe
administrativa de Castilho, era o fato dele, em certos momentos de sua gestão
acovardar-se deixando de tomar
decisões que somente dependia dele. Uma certa ocasião, Castilho estava nas
dependências da Secretaria Municipal de Saúde, quando vieram lhe avisar que
havia no saguão da Prefeitura uma pessoa que queria falar-lhe. O Prefeito não
querendo atender o indivíduo, e não podendo retornar para seu gabinete, mandou
falar que não estava e em seguida, deixou a Prefeitura de forma furtiva, saindo
pela janela da sala, o fato fora testemunhado por alguns membros de sua equipe
e funcionários da mencionada Secretaria.
Todas estas posturas e disputas internas vieram agravar ainda mais o relacionamento do então
Prefeito José Castilho, com a equipe que o ajudara eleger, e, com as
proximidades das eleições municipais o racha consolidou. Naquela época ainda
não havia reeleição, e Castilho receoso que pudesse perder as eleições para os
seus antigos aliados, lançou para sua sucessão nada mais que aquele que se
tornaria mais tarde seu grande adversário
político, Nércio Arend.
A
oposição ao Prefeito José Castilho, era formada por Nilton Flávio Ribeiro, Altair
Grobe e Paulo Eromar Bersch, que lançaram como candidato a Prefeito o jovem
médico Paulo Eromar Bersch, para disputar as eleições Municipais. O partido
escolhido era o PDT, em coligação com o PSDB e com o PMDB de Juarez de
Carvalho, que indicou a Vice, ou seja, o seu próprio nome.
Com
o apoio de José Castilho, Nércio Arend teve seu nome sufragado nas urnas,
elegendo-se Prefeito de Porto dos Gaúchos. Castilho deu seu apoio a Nércio
Arend, com o evidente propósito de manter seu domínio político sobre o
candidato, que era considerado pela oposição um Prefeito fraco e de parco
conhecimento cultural e administrativo. (continua....)
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