HISTÓRIA POLÍTICA VIVIDA - CONTINUAÇÃO. - PARTE 4

A OPOSIÇÃO.

                            Foi em um clima de disputa e de denuncias que a oposição, na época integrada por mim, Nilton Flávio Ribeiro, Ademar Adams e Manoel de Góis e outros, passaram a cooptar o Vereador do PDS, Zé Castilho, para filiar-se ao PMDB. Alguns dos integrantes da oposição eram contra esta ideia, pois não confiavam na postura política do Vereador, e o acusavam de ter sido eleito com o apoio da chamada oligarquia local, principalmente da Colonizadora e dos “Alemães” como na época era pregado pela oposição. Castilho era casado, com a filha de um dos pioneiros da cidade que a oposição acusava de ser integrante da oligarquia local, pessoa esta que com o passar dos anos vim conhecê-la melhor  nutrindo para com ela um grande respeito e admiração pela sua conduta ética e moral. Postura esta que muitas das vezes fora incompreendida por aqueles que o não conhecia.

                            Zé Castilho podia ser definido, como um jovem vereador simplório que vindo de família pobre se elegera vereador, manteve até então a simplicidade que herdará dos seus pais. Ele era escrivão de polícia, e após os entraves políticos e seu envolvimento com a oposição veio a lhe custar o cargo. Após isto fora trabalhar na Goiazem, onde veio a ser demitido também por perseguição política  antes de ser eleito Prefeito de Porto dos Gaúchos pela Oposição. Diziam e desconfiava a oposição que Castilho havia sido demitido da Goiazem a pedido do Prefeito de então, porém sem confirmação oficial.

                            É importante  destacar a oposição em nível de Estado, comandada pelo PMDB, contra o Governo de Julio Campos, então comandada por Carlos Gomes Bezerra, que posteriormente vencendo os Campos, veio a se tornar Governador de Mato Grosso.

Os discursos do palanque político de Castilho e dos demais companheiros  eram inflamados.  Discursos que foram forjados em anos de oposição, que agora alimentava uma proposta de mudança municipal, combatendo os interesses da oligarquia local, e principalmente da Colonizadora que a oposição estrategicamente atribuía a culpa pelo atraso no desenvolvimento da cidade. Dessa forma, evoluía a campanha política de José Castilho, cujo “slogam”  era “vamos à luta”.

Tabaporã no início.

                            Naquele tempo, Tabaporã ainda pertencia ao Município de Porto dos Gaúchos, e os votos de lá eram disputado entre os candidatos participantes daquela eleição, a ponto de três deles (se não me falha a memória) terem escolhidos seus vices daquela localidade.

                            Lembro como se fosse hoje, quando fui até Carlos Bezerra, para fechar o apoio à candidatura de José Castilho. Bezerra já era nosso Governador e comandava o Estado empenhando-se a fortificar o partido. Reunido com ele e Edson Freitas, lembro que Bezerra falou-me, que não conhecia José Castilho, e que pensava que o candidato do partido fosse eu, já que quando candidato as reuniões eram feitas em minha casa. Toda recepção e reuniões políticas eram feitas em minha residência.

                            Mesmo não conhecendo Zé Castilho, Carlos Bezerra, deu seu apoio estratégico ao Partido em nossa cidade, e o oportunista Vereador do PDS, agora Peemedebista de carteirinha, fora eleito Prefeito de Porto dos Gaúchos. A oposição vencera a oligarquia, a estratégia política havia dado certo. Castilho aproveitou o apoio da oposição, pegando o Vice da Gleba São João, Antonio Leonildo Ortega, e venceu as eleições. Na época Castilho concorrera com outros três candidatos. João Tonhollo do PL,(candidato indicado pelo Prefeito Jair Duarte) Renato Quintana do PTB (indicado por uma facção dissidente da chamada oligarquia local) e João Raulino do PFL.(continua...)