Após aquele incomodo
encontro, Tião teve um resto de dia completamente horrível não conseguindo se
concentrar no trabalho, porém sem que esta situação viesse atrapalhar o
desempenho de suas funções laborais. Com frequência mergulhava em pensamentos lembrando-se
do seu querido pai atirado e todo ensanguentado agonizando até a morte. Estes
pensamentos alimentava cada vez mais sua ira, sua sede de vingança que este
cultivava e alimentava pelo ódio que sentia. Ódio este que com o passar do tempo
agigantava ainda mais em seu peito.
Depois do trabalho, Tião foi
ter com Rosilda sua amada namorada, a mulher que cobiçara para ter como esposa,
e neste momento o ódio desaparecia, e dava espaço ao ardente desejo de um jovem
caboclo. Agora o seu peito não era mais ira, somente paixão e amor por aquela
mulher.
Sentado em um banco de
madeira em frente da casa de Rosilda, Tião colocara as mãos de sua amada entre
as suas levando com delicadeza até o seu rosto beijando-as com grande carinho.
Colocou os braços sobre o ombro da mulher trazendo-a perante o seu rosto para
em seguida desferir um ardente e apaixonado beijo. Os lábios molhados de
Rosilda encontram os seus e por segundos ficaram ali se beijando e sentindo o
palpitar dos seus peitos. Ambos estavam loucamente apaixonados.
Rosilda aproveitando
aquele momento de desejo, dirigiu-se ao amado indagando-o sobre o final de
semana.
_Tião meu querido, pensou no
meu convite? – Perguntou-lhe a jovem.
_Inda não minha flor. – Disse
Tião, acariciando a namorada sob seu delicado queixo.
A
mulher aproveitando a deixa insistiu com o namorado, falando da importância de
ambos estarem no culto naquele final de semana. Ela fazia muito gosto que o
namorado entrasse com ela na Igreja, talvez com o propósito de mostrar para
seus familiares e até para os conhecidos de lá, que em breve faria de Tião mais
um crente em Jesus.
_Vamo Tião! – Insistia ela com o namorado.
Naquele momento Tião olhou nos
fundos dos olhos negros da mulher amada e viu aquele olhar meigo que implorava
por sua ida à Igreja no culto de domingo a noite. Não resistindo o insistente
pedido foi logo dizendo:
_Tá bem, eu vou mué, mais é
só pra te acompanhá.
Naquele momento o olhar da
jovem mulher encheu de regozijo e felicidade, levando-a abraçar e beijar seu
namorado como nunca havia antes beijado. Declarando em seguida seu ardente
amor:
_Te amo! Te amo! Te amo!..
_Também te amo! – Disse Tião
respondendo as juras que naquele momento
receberá daquela que seria sua futura esposa.
Aquele resto de noite foi para o jovem casal
repleta de carinho e juras eternas de amor. Caminharam pelas ruelas da pequena
Rosário mirando os milhões de estrela que enfeitava a abóbada celeste e
sentindo o perfume suave das flores que exalava dos quintais das singelas
casas.
O silêncio da noite, vez e
outra era quebrado pelos latidos dos cães e das algazarras e risos de jovens
que pelas ruas circulavam em busca de aventuras. Quando não, pelos ruídos dos
motores dos poucos veículos que rodavam pela vizinhança.
E assim foi-se acabando a
noite para os dois apaixonados jovens, que para Rosilda certamente seria
inesquecível, já que conseguira convencer seu pretendente a Igreja a acompanha
- lá.
CONTINUA.........
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