Páginas

Pesquisar este blog

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Costumes ou abominações?!!


Em uma tardes destas, sentei-me em uma lanchonete (se fosse na Europa seria em um Café), e fiquei apreciando o movimento na rua. Minha cidadezinha pequenina e tranquila, como sempre com pouco trânsito, quase não tinha muito a observar.
Volta e meia subia a avenida uma motocicleta com o escapamento aberto fazendo aquele incômodo ruído, e sobre ela, um “motoqueiro” desengonçado e desarrumado que de longe mais parecia um espantalho de capacete.
Este ao passar próximos as mocinhas que transitavam pelas ruas e calçadas subindo e descendo aquele trecho de avenida esburacadas, fazia questão de acelerar sua barulhenta moto, com o evidente propósito de chamar a atenção.
Subia avenida acelerando a moto, para já no primeiro quarteirão efetuar o contorno e descer em direção as mocinhas, que cochichavam uma para outra talvez comentários sobre o barulhento motociclista.
Logo a imaginação tomou conta do meus pensamentos, e fiquei imaginando uma alvoraçada abelha circundando as flores de um jardim em busca do néctar doce e perfumado.
Como é maravilhosa a juventude onde os hormônios brotam interno e aflora na pele atraindo homens e mulheres para o jogo do flerte que quase sempre acaba em troca de carícias e no delicioso ato sexual.
Lembrei-me de um tempo a muito passado, onde cabelos encaracolados soprados pelos ventos frios de julho e de um sol amarelado e tímido de uma tarde qualquer prenunciava o anoitecer, e o jogo da sedução, entre um jovem homem e uma jovem mulher, iniciava-se com troca de tímidos e escondidos olhares. Pensei de como evoluíram os costumes.
Lembrei-me também, das quermesses onde os jovens iam em busca do jogo do flerte, naquela época chamado de “paquera” onde choviam os “correios elegantes”, que iam em viam por um mensageiro qualquer.
De logo, meus pensamentos retornaram ao presente, quando vi, duas meninas que se acariciavam em uma esquina e dois meninos que passeavam de mãos dadas, e, envergonhado busquei não observá-los e meus olhos encontraram o reflexo de minha imagem refletida em um automóvel encostado próximo a sarjeta. Foi quando vi os meus poucos cabelos que ainda me restam grisalhos e rugas marcando minha face, mostrando para mim que o tempo passava e as coisas não mais era como no passado.
Eram outros tempos, eram outros costumes, porém o meu hétero ego não aceitava aquelas mudanças por mais “modernas e avançadas” que fossem.
Sou do velho e carcomido tempo, em que eram raro estes “costumes”, que para muitos são abominações.
Levantei-me e passei a caminhar em direção a minha morada, já estava escurecendo e as flores dos jardins das casas exalavam um doce e suave perfume, como fosse dos longos cabelos de uma formosa mulher, e que somente um velho hétero como eu saberia como apreciar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por sua participação. Seu comentário está aguardando moderação para depois ser publicado.