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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

PERSEGUINDO A VINGANÇA - 21ª PARTE




                   Por volta da primeira hora da tarde daquele dia, Tião aguardava os demais frentistas retornarem para poder ir almoçar, quando alguém encostou uma velha camionete próximo a bomba. Tião já havia atendido antes aquele veículo, e logo viu descer de seu interior, um homem esguio e alto, ostentando em seu rosto um grosso bigode e no peito um crucifixo pendurado em fio preto.  Era ele, o objeto de sua sina, Tião Bigode o covarde que assassinara juntamente com Edi o seu saudoso pai.
                   O velho pistoleiro soltou de lá um  odioso grito arrogante, dizendo:
                   _Levanta o pé do chão, tá esperando o quê?!! Os cupin cumê!?!
                  O sangue do jovem caboclo ferveu ao escutar aquilo, que mais parecia uma ofensa um desafio uma provocação, por parte daquele odioso sujeito que por sua vontade em breve dormiria com os vermes.
                Dessa vez não havia como deixar para que outros frentistas atendesse aquela horrível e repugnante figura, tinha que ser ele. Respirou fundo, e caminhou até a bomba onde estava encostado o veículo e sem encarar Tião Bigode, foi logo perguntando:
                   _É prá enche??!
                 _É piá, é prá enchê até a boca!!! – Respondeu  o velho pistoleiro encostado no veículo acariciando seu vasto bigode.
                   _É também prá vê a água do radiadô e o óleo, purque vou até Nobres oia uns garrote. – Completou Bigode respondendo as perguntas do jovem frentista.
                   Sem muita conversa Tião o nosso jovem vingador, cumpriu sua tarefa de frentista, buscando atender aquele indivíduo repugnante para que ele pudesse sair logo de sua presença.
                   Neste momento foi quando retornou o Zé Antonio, outro frentista do posto, que era conhecido daquele velho e repugnante pistoleiro, estendendo-lhe a mão foi logo puxando prosa.
                   _ E aí véio, já sabe quem deu cabo no Edi?!!
                   Tião ao escutar aquela pergunta, ficou apreensivo e curioso para ouvir a resposta do Bigode ao seu interlocutor.
                   _E nem vão descobri. – Respondeu o pistoleiro ao curioso frentista.
                   _Também quem mandô ficá descuidado, né?!! Um cabra que nem ele, não pode ficá por aí, gritando Jesus Jesus, amém aleluia!!! – Completou  Bigode ao responder ao Zé.
                   _Caba empurrado mesmo!!! - Prosseguiu o Pistoleiro em sua prosa com o frentista.
                   _ Eu mesmo, não desgrudo da minha ferramenta!!! – Para  em seguida levantar a camisa e mostrar o cabo de um revolver que trazia escondido sob as vestes.
                   _Este aqui é instrumento da vontade de Deus – Falou Bigode alisando a coronha do revolver, soltando aquela horrenda risada de satisfação e certeza de impunidade.
                   Tião escutava aquela conversa com muito interesse, pois assim aprenderia os hábitos da sua próxima vítima.
                   O repugnante pistoleiro, viu que o jovem o acabara de atende-lo, e disse com o seu ar arrogante:
                   _Termino aí o piá?!! Estou com pressa!!!
              Tião somente fez um gesto com a cabeça e se afastou daquele veículo, enquanto o velho pagava ao Zé Antonio o abastecimento para em seguida partir em direção a Nobres sobre o olhar vigilante do vingador.

 CONTINUA..........

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