Por volta da primeira hora da
tarde daquele dia, Tião aguardava os demais frentistas retornarem para poder ir
almoçar, quando alguém encostou uma velha camionete próximo a bomba. Tião já
havia atendido antes aquele veículo, e logo viu descer de seu interior, um
homem esguio e alto, ostentando em seu rosto um grosso bigode e no peito um
crucifixo pendurado em fio preto. Era
ele, o objeto de sua sina, Tião Bigode o covarde que assassinara juntamente com
Edi o seu saudoso pai.
O velho pistoleiro soltou de
lá um odioso grito arrogante, dizendo:
_Levanta o pé do chão, tá
esperando o quê?!! Os cupin cumê!?!
O sangue do jovem caboclo
ferveu ao escutar aquilo, que mais parecia uma ofensa um desafio uma
provocação, por parte daquele odioso sujeito que por sua vontade em breve dormiria com os
vermes.
Dessa vez não havia como
deixar para que outros frentistas atendesse aquela horrível e repugnante
figura, tinha que ser ele. Respirou fundo, e caminhou até a bomba onde estava
encostado o veículo e sem encarar Tião Bigode, foi logo perguntando:
_É prá enche??!
_É piá, é prá enchê até a
boca!!! – Respondeu o velho pistoleiro
encostado no veículo acariciando seu vasto bigode.
_É também prá vê a água do
radiadô e o óleo, purque vou até Nobres oia uns garrote. – Completou Bigode
respondendo as perguntas do jovem frentista.
Sem muita conversa Tião o
nosso jovem vingador, cumpriu sua tarefa de frentista, buscando atender aquele indivíduo repugnante para que ele pudesse sair logo de sua presença.
Neste momento foi quando
retornou o Zé Antonio, outro frentista do posto, que era conhecido daquele
velho e repugnante pistoleiro, estendendo-lhe a mão foi logo puxando prosa.
_ E aí véio, já sabe quem deu
cabo no Edi?!!
Tião ao escutar aquela
pergunta, ficou apreensivo e curioso para ouvir a resposta do Bigode ao seu
interlocutor.
_E nem vão descobri. – Respondeu
o pistoleiro ao curioso frentista.
_Também quem mandô ficá
descuidado, né?!! Um cabra que nem ele, não pode ficá por aí, gritando Jesus
Jesus, amém aleluia!!! – Completou
Bigode ao responder ao Zé.
_Caba empurrado mesmo!!!
- Prosseguiu o Pistoleiro em sua prosa com o frentista.
_ Eu mesmo, não desgrudo da
minha ferramenta!!! – Para em seguida
levantar a camisa e mostrar o cabo de um revolver que trazia escondido sob as
vestes.
_Este aqui é instrumento da
vontade de Deus – Falou Bigode alisando a coronha do revolver, soltando aquela
horrenda risada de satisfação e certeza de impunidade.
Tião escutava aquela
conversa com muito interesse, pois assim aprenderia os hábitos da sua próxima
vítima.
O repugnante pistoleiro, viu
que o jovem o acabara de atende-lo, e disse com o seu ar arrogante:
_Termino aí o piá?!!
Estou com pressa!!!
Tião somente fez um gesto com
a cabeça e se afastou daquele veículo, enquanto o velho pagava ao Zé Antonio o
abastecimento para em seguida partir em direção a Nobres sobre o olhar
vigilante do vingador.
CONTINUA..........
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