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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Pedradas e balas de hortelãs.



   Quando estouraram as primeiras manifestações contra a copa do mundo, ainda no correr da copa das confederações, todo o Brasil quis imitar os atos, que posteriormente vieram a ser ofuscados pela atuação criminosa dos “blak bloc”.

   Em nossa cidadezinha fictícia encravada na selva amazônica,  uma meia dúzias de estudantes do ensino médio resolveram que era hora de imitar o “sul maravilha”, e,  apoiado por alguns professores eternos defensores de “melhoras para educação”, resolveram ir as ruas.

   Assim decidido, alguns estudantes imaturos e desavisados, visitaram os estabelecimentos daquela fictícia localidade, avisando da data em que a passeata iria acontecer, e entre linhas, deixavam claro que se as portas não fossem fechadas em apoio ao movimento, o estabelecimento corria risco de ser alvo de um possível ato de vandalismo.

   Na verdade, queriam os estudantes conseguir o apoio do comércio local, e aqueles que relutavam em baixar suas portas eram de uma maneira e outra, submetidos a um pequeno temor que os obrigavam em aderir aquele movimento.

   Chegado o dia das manifestações, um comerciante de lá, dissera que havia sido visitado por alguns estudantes, e diante da sua relutância em fechar seu estabelecimento comercial tinha sido avisado que poderia ter seu estabelecimento apedrejado.

   O nosso herói solitário, esbravejou em defesa do seu direito e de sua liberdade em permanecer aberto, e contra ameaçou, dizendo que da mesma forma que as pedras fossem atiradas contra ele e seu estabelecimento este devolveria em forma de “balas”, referindo num possível confronto em entre pedras e chumbo.

   Já estava escuro quando foi dado início a manifestação, que seguia com gritos e palavras de ordem em prol de “melhoras para educação”, descendo a avenida principal daquela pequena e fictícia cidadezinha do interior do Amazônia. Em frente do seu estabelecimento estava o nosso herói solitário, e mais dois amigos aguardando a passagem do evento.

   O comerciante como sempre irredutível em sua posição de não fechar seu estabelecimento, vendo a gritaria que despontava lá no início da via pública, resolveu então fechar uma das portas, permanecendo somente com outra de seu comércio aberta em desafio àqueles que queriam obriga-lo a participar daquele ato de protesto.

   Quando os protestantes começaram a se aproximar do seu estabelecimento, nosso herói solitário, mais que depressa fechou a outra porta, alegando para seus amigos, que somente estava assim procedendo para evitar transtornos. Agora a passeata já estava em frente do seu estabelecimento, e já dava para ver que a maioria de seus participantes eram crianças, adolescentes e alguns tímidos professores.

   Repentinamente, o nosso herói solitário, foi até a porta do seu estabelecimento, e em um movimento brusco a abriu com toda a força, e foi logo dizendo, que  aqueles manifestantes ele esparramava era na cinta e a única bala que ele iria distribuir era a de hortelã, mostrando-se novamente encorajado diante daquele fraquejado movimento.

   Nosso ousado herói dissera então, que aquela manifestação mais parecia à comemoração do dia das crianças de que uma passeata “para melhoras na educação”. Rsssss......

    E assim terminou o dia, em nossa fictícia cidadezinha encravada na selva amazônica.




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