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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

PERSEGUINDO A VINGANÇA - 17ª PARTE.



                   Com o cair da noite, e depois de encerrado suas atividades no posto de Gasolina o jovem Tião, tomou um banho rápido e em seguida foi procurar sua namorada Rosilda, e lá chegando aguardou-a no portão como de costume após avisar que já a estava esperando.
                   De lá de fora, o jovem pode ver a sua amada surgir por detrás da cortina de fitas, que separava a sala da cozinha e caminhando apressada veio em seu encontro, para lhe deferir um apaixonado beijo e igual abraço.
                   Por um momento o jovem pode sentir seu perfume de rosa, que exalava daquele longo e preto cabelo, que roçava seu rosto, enquanto seu lábio colado ao dela fazia o coração palpitar de grande paixão. Em poucos  momentos quase fez que o jovem esquecesse-se de sua promessa,  feita há algum tempo atrás perante o corpo sem vida de seu velho pai.           
                   O jovem delicadamente afastou sua namorada do seu corpo para em seguida pedir-lhe que sentasse no banco de tábua existente ao lado do portão. Logo depois deu início a conversa cujo assunto a muito estava lhe afligindo.
                   Tião sentou-se ao lado de Rosilda e foi logo falando com aquele  seu jeitão acaboclado:
                  −Rosirda meu bem, tenho argo muito sério prá fala pro ocê!..
                   _Então fala meu amor! – Disse-lhe Rosilda, fitando seu namorado que naquele momento encontrava-se de olhar baixo, procurando furtar-se e encará-la.
                   _Tô com uns probrema, coisa minha pessoar, nada com ôce, mué, mais vou ter que dá um tempo em nosso namoro. – Falou Tião sem encarar a sua namorada que em silêncio buscava olhar dentro dos seus olhos.
                   _Do que ocê tá falando home de Deus!.. – Já foi perguntando-lhe a assustada Rosilda para seu namorado que continuava sem encará-la, com olhar baixo sem um rumo qualquer.
                   _Se nois se ama, temo que dividir também os probremas. – Disse-lhe Rosilda buscando nele uma resposta mais clara a aquela desconfortante e entontecedora conversa.
                      Tião então olhou para sua namorada e foi logo dizendo:
                   _Se ôce me ama como tá dizendo então não faiz pergunta.
                   _Só to pedindo um tempo em nosso namoro, prá eu resorver uns probremas particular mué! É só!.. – Disse Tião buscando encurtar a conversa, pois na verdade tinha receio que aquela mulher que ele nutria verdadeira adoração conseguisse fazê-lo desistir de sua sina.
                   _Purquê? Só me diga purque!?! – Insistia Rosilda sem nada entender, ao mesmo tempo em que se alto indagava se teria feito algo de errado para que seu namorado agisse como estava agindo.
                   _Já falei mué! Não é nada com ôce, é comigo memo! – Falou-lhe Tião, buscando confortar sua namorada.
                   _Então é assim, tamo terminando com nosso namoro? – Questionou Rosilda para Tião, que com um movimento repetitivo e negativo com sua cabeça, buscava palavras em sua simplicidade para dizer para ela que não era término do seu namoro mais sim um momentâneo afastamento para que pudesse fazer o que a muito pretendia.
                   _Não mué, já falei pro ocê que não é isso! Só quero um tempo longe de ôce para resorvê uns probremas, é só. – Disse Tião a Rosilda buscando evitar que sua amada caísse em pranto, pois seus olhos já marejando lágrimas dava o sinal do inevitável choro.
                   Tião vendo aquilo buscou amenizar a situação, falando para sua namorada como ela era importante para ele, e que após resolver os seus problemas particulares viria ao seu encontro, para levá-la ao altar com as bênçãos de Deus torná-la assim sua esposa para todo o sempre.
                   Mesmo assim Rosilda não entendia o porque de ficar longe do seu amado, já que este não era o desejo dele e muito menos dela que naquele momento já estava a soluçar com os olhos cheios d’água.
                   As insistências de Rosilda em buscar entender aquela situação acabavam em nada, frente ao silêncio de Tião, em não responder suas indagações.
                   Tião então virou-se e saiu caminhando de frente da casa de sua amada, procurando não olhar para trás, para não cair na tentação de correr de volta atirando-se aos pés daquela jovem mulher que ainda iria desposar. Tião queria mesmo, cobri-la de beijos para em seguida possuí-la loucamente como um homem deve possuir uma mulher.
                   Mas prosseguiu em seu intento, pois ali estava o desejo de vingança firmado com uma promessa ao lado do sepulcro do seu velho e amado pai.  Ele tinha que cumprir o prometido, sem o qual não poderia dormir em paz e acabar definitivamente com aqueles terríveis pesadelos.
                   Enquanto retornava para o posto, sentia a brisa fresca da noite, que trazia consigo um suave perfume de flores, enquanto vencia os quarteirões daquela antiga cidade, pensava uma forma de fazer o prometido sem que levantasse suspeitas trazendo-lhe problemas com a Polícia e com a Justiça, apesar de saber que o desaparelhamento da policia local certamente não lhe traria perigo nenhum. Ele somente queria era cumprir sua promessa, e retornar para sua amada.
                  
CONTINUA........

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