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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O Bicho Homem.



    Ao acessar o “site” local, denominado Porto Notícias, deparei com a matéria sobre o andarilho que recentemente vagava pelas estradas e rodovias locais.
    Chamou-me atenção a foto postada pelo sítio de noticias, sobre as vestes do mendigo e seu aspecto físico que o autor da matéria o comparou com o “homem da caverna”.
   Também me chamou a atenção os comentários postados sobre ele, (Li todos) inclusive de uma pessoa que dissera que um de seus familiares havia desaparecido e pedindo que a ajudassem para ver se este andarilho não seria seu familiar.
    Fiquei a imaginar, quantos pais, quantos filhos, quantos irmãos e amigos não vagam desnorteados pelas estradas e rodovias deste nosso imenso país, sem qualquer identificação, com passado oculto pela falta de memória, sem que aqueles que os amam possam localizá-los. É triste porém real.
    A matéria também dizia, que o andarilho em questão carregava com ele ossos e carne (que acredito ser de animais) em estado de decomposição, que ele afirmara ser para sua alimentação. Lembrei então do poema de Manuel Bandeira que tomei a liberdade de transcrevê-lo para finalizar esta postagem.

O Bicho

Vi ontem um bicho 
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
(Fonte: Portonoticias)

O bicho, meu Deus, era um homem.
(Poema de Manuel Bandeira).

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