Ao acessar o “site” local, denominado Porto
Notícias, deparei com a matéria sobre o andarilho que recentemente vagava pelas
estradas e rodovias locais.
Chamou-me atenção a foto postada pelo sítio de
noticias, sobre as vestes do mendigo e seu aspecto físico que o autor da matéria o
comparou com o “homem da caverna”.
Também me chamou a atenção os comentários postados
sobre ele, (Li todos) inclusive de uma pessoa que dissera que um de seus familiares havia desaparecido
e pedindo que a ajudassem para ver se este andarilho não seria seu familiar.
Fiquei a imaginar, quantos pais, quantos filhos,
quantos irmãos e amigos não vagam desnorteados pelas estradas e rodovias deste
nosso imenso país, sem qualquer identificação, com passado oculto pela falta de
memória, sem que aqueles que os amam possam localizá-los. É triste porém real.
A matéria também dizia, que o andarilho em questão
carregava com ele ossos e carne (que acredito ser de animais) em estado de decomposição,
que ele afirmara ser para sua alimentação. Lembrei então do poema de Manuel
Bandeira que tomei a liberdade de transcrevê-lo para finalizar esta postagem.
O Bicho
Vi ontem
um bicho
Na
imundície do pátio
Catando
comida entre os detritos.
Quando
achava alguma coisa,
Não
examinava nem cheirava:
Engolia
com voracidade.
O bicho
não era um cão,
Não era
um gato,
O bicho,
meu Deus, era um homem.
(Poema de Manuel Bandeira).
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