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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O tempo e a saudade.(divagando)



O tempo insiste em passar, é complicado para o velho praticante de esporte, que vê esvair em suas forças a vontade de continuar competindo. Para o pai que vê os filhos crescendo, casando e lhe dando netos, porém agora como avô não tem forças para continuar lutando.
Os cabelos, quando ainda existem, ficam prateados. Há aqueles que buscam meios artificiais para continuar ridiculamente jovem, porém lá dentro, no mundo recôndito do peito, o relógio da vida repetindo que o tempo está passando e todo produto tem validade.
Junto com tudo isto surge abruptamente o saudosismo, de como era bom àqueles tempos pretéritos. Para quem envelhece, parece que no passado tudo era melhor. A música, a arte, a escola a poesia, a jovem namorada que hoje não é mais jovem, o velho cavalo que a cobra picou, aquela bicicleta vermelha com lanterninhas na “garupeira”, manga verde com sal trepado no pé, enfim, qualquer motivo que seja para revivermos, nem que seja por alguns minutos aquele tempo que a muito passou.
De tempos em tempos ela retorna e quando retorna acampa no peito alojando-se como uma invasora. Não adiante fugir, de nada resulta esconder-se, pois certamente irá ser encontrado.
Correr!?! Para onde?!! Todos os esconderijos ela conhece! Alguém algum dia escreveu que ela “quando não cabe no peito transborda nos olhos”. Só nos resta então a lembrança dos momentos passados, que a invasora saudade insiste a nos recordar.
Olha no espelho, nele refletido a face dos dias e do tempo, marcada pelas rugas que vão da alegria ao sofrimento. Tic! Tac! Tic! Tac!...Lá fora pelos arrabaldes da vizinhança, o galo timidamente canta, prenunciando o alvorecer.
Mais um dia inicia-se com o cantar barulhento dos pássaros, para logo, no passar das horas sucumbir-se na escuridão da noite. É o tempo passando novamente em forma de dia e noite.

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