Páginas

Pesquisar este blog

sábado, 14 de janeiro de 2012

FOI ASSIM QUE ME CONTARAM(III).


A passagem que irei contar agora se passou com um cliente e amigo meu, cujo nome permanecerá em sigilo. Vamos chama-lo ficticiamente de “Jaiminho”.
Pois bem, Jaiminho me contara que no passado quando ainda era motorista de caminhão, fora vítima de um assalto que contribuiu em muito para que este mudasse de profissão.
Contou-me ele, que uma noite, em uma certa cidade localizada no Oeste do Paraná quase na fronteira entre Brasil e Paraguai, fora acometido por uma súbita vontade de evacuar, levando a encostar sua carreta, próximo a um trevo de entrada daquela cidade.
Depois de ter se aliviado, ao retornar para seu caminhão fora surpreendido por uns elementos, que encostaram um automóvel atrás do seu caminhão, e anunciaram o assalto.
Rendido pelos bandidos, fora amarrado, vendado e teve seus ouvidos tampados por chumaços de algodão, decerto para que este além de não enxergar também não escutasse que os assaltantes tramavam. Foi colocado no banco traseiro do veículo dos bandidos, enquanto um deles assumira o volante da carreta conduzindo-a  rumo por ele ignorado.
Jaiminho ficara então com os outros  dois bandidos, que se colocaram  em movimento por estradas segundarias entre meios às lavouras, decerto com o propósito de aguardar que o caminhão roubado deixasse o território nacional passando pela fronteira rumo ao Paraguai.
Pela fresta da venda que tampava seus olhos, pode observar a silhueta de um dos meliantes, que empunhava uma arma e a apontava em sua direção, e que volta e meia olhava para trás para conferir se a vítima estava bem imobilizada.
Jaiminho mantinha-se calmo, pois no fundo temia o que poderia lhe ocorrer. Um dos assaltantes de vez em quando lhe vazia uma pergunta, decerto para ver se Jaiminho estava ouvindo a suas conversas, porém este fazia como se nada escutasse com o evidente propósito de salvaguardar  sua integridade física. Porém Jaiminho, apesar dos chumaços de algodão que lhe fora enfiado na orelha, podia ouvir muito bem a conversa dos bandidos.
Já próximo do amanhecer os assaltantes pararam o veículo em meio de uma lavoura, e fizeram Jaiminho descer. Neste momento ele achou que sua vida seria ceifada pelos bandidos. Porém um deles ordenou que este tirasse a camiseta e a bermuda que vestia, deixando completamente nu. Em seguida desamarraram seus punhos, montaram no veículo e seguiram em frente deixando Jaiminho nu e vivo.
Jaiminho não fazia ideia de onde estava, caminhou alguns metros e encontrou um saco plástico de adubo, que usou para tentar cobrir sua nudez. Ao continuar caminhando pela estradinha de terra batida, logo encontrou uma camionete que levava trabalhadores rurais para o serviço, pedindo socorro aos seus condutores que prontamente lhe ajudaram arrumando algo que pudesse vestir.
 Após isto, Jaiminho e seu sócio foram até a delegacia de Polícia daquela cidade para formular a queixa pelo roubo sofrido, e ao ser atendido por um Policial Civil, ficou pasmo, pois aquele que lhe fazia as perguntas era um dos que  o havia assaltado na noite anterior. Justamente aquele que ele podia ver  por uma das extremidades de sua venda. Pode também reconhecer sua voz.
O Policial insistia com as perguntas se ele não reconhecia quem o havia assaltado, Jaiminho ficavam repetindo que não, e repetia que havia sido vendado e tivera seus ouvidos tapados.
Quando deixou a Delegacia, fora questionado pelo seu sócio que havia vindo para lhe dar apoio naquele momento difícil, o porquê de não falar para o policial que pode ver o rosto de um dos assaltantes?!  Jaiminho respondeu ao seu sócio que um dos assaltantes era aquele policial.
Após isto, ambos deixaram logo o local e aquela cidade com receio de serem mortos. Pois naquele caso específico a quadrilha estava dentro da própria policia. Foi assim que me contaram.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por sua participação. Seu comentário está aguardando moderação para depois ser publicado.