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terça-feira, 1 de março de 2011

Susto em pleno vôo. Foi assim que me contaram!!!


Era meados de setembro de 1986, a pequena aeronave sobrevoava a exuberante floresta amazônica que cobria quase toda a região do noroeste matogrossense. Entre o vasto tapete de gigantescas árvores, de mognos, cerejeiras, castanheiras e outras espécies nativas, serpenteavam inúmeros pequenos córregos e igarapés afluentes dos grandes rios que os pilotos costumavam ter como ponto de referência.
Minutos após, já podia avistar a confluência dos majestosos Rios Juruena e Arinos. Pouco antes Arinos acima haviam visualizado o Rio do Peixe que também emprestava suas águas, para juntos seguirem em direção ao norte e abaixo do Salto Augusto formarem o Grande Tapajós isto já em terras do Estado do Amazonas.
Os passageiros do pequeno Cesna, eram candidatos a uma vaga na Assembléia Legislativa Estadual pelo PMDB e estavam em plena campanha eleitoral e iam de Juara em Direção a Aripuanã, para depois retornarem a Juína onde decerto participariam de um Comício com a presença do candidato Majoritário ao Governo do Estado Carlos Gomes Bezerra. Naquele tempo haviam grandes trechos sem pavimentação e era quase impossível se fazer uma campanha por estradas, que muitas das vezes estavam sem nenhuma manutenção.
Em certo momento do vôo foram surpreendidos por um forte cheiro de fio queimado, levando-os a completo pânico, pois certamente se o avião perdesse altitude e caíssem na floresta não haveria sobreviventes e certamente demorariam em encontrar até os restos. O vôo tornou-se tenso e o piloto insistia para que os passageiros mantivessem a calma que ele iria achar uma pista em uma fazenda qualquer para pousar o avião.

Mas isto não confortava os passageiros apavorados com o aumento do cheiro de queimado já começavam  desesperar-se porém o piloto mantinha sua calma conduzindo a aeronave em direção ao seu destino.
Momento seguinte, um dos passageiros da aeronave, acostumado a voar em aviões com asas em baixo, olhou pela janela e esquecendo que voava em um Cesna, deu um grande grito de terror – “A asa!...o avião perdeu a asa!!!...” Causando uma grande gritaria entre os passageiros, foi quando interviu o piloto e lhes dizendo para que olhassem para cima que a asa estava onde sempre esteve. Felizmente o Piloto conseguiu voar até o destino, após constatar não ter havido gravidade no cheiro de queimado.
Toda vez que me lembro desta passagem, contada por um  daqueles passageiros, fico a imaginar o desespero  que passaram e o susto que haviam levados quando um deles gritou que o avião havia perdido a asa. Se eu estivesse lá com eles certamente não precisaria comer nozes argentinas (aquelas distribuídas na borracharia do Telmo para sacanear os amigos) ou tomar laxante pois isto seria desnecessário frente ao susto que foram submetidos.


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