Tenho visto com preocupação a falta de conhecimento
de alguns brasileiros quando referem-se a dívida externa do país. Os petistas e
seus simpatizantes têm propagado, e diga-se de passagem, com muita eficiência
que pagaram a dívida externa do Brasil. Como é ?! O Governo Lulla pagou ou não
a dívida externa do país como anunciado oficialmente em cadeia nacional?!
Frente a este paradigma oficial, sustentado pelo Governo
Lulla e seus incautos admiradores, busquei fazer algumas pesquisas, que achei
relevante para publicá-las em meu “blog”.
Primeiro vamos procurar entender o que é este termo
DÍVIDA EXTERNA, que muito de nós crescemos ouvindo falar na televisão em seu
horário nobre. Quem não se lembra nos tempos que datam antes de William Bonner
e Fátima Bernardes, o anúncio que a dívida externa brasileira havia aumentado.
Eu precisava ter uma idéia de como iria rebater
algumas pessoas pouco esclarecidas sobre a notícia que Lulla teria pago toda a
nossa dívida. O melhor caminho então era a internet e foi o que fiz para
entender melhor e ainda poder tentar explicar o que havia acontecido e cheguei
a uma conclusão de um posicionamento que eu já vinha defendendo. Vejamos então:
Dívida externa em síntese é a
somatória dos débitos de um país, resultantes de empréstimos e financiamentos
contraídos no exterior pelo próprio governo, por empresas estatais ou privadas.
Esses recursos podem ser provenientes de governos, entidades financeiras
internacionais (FMI,
Banco Mundial, etc.), bancos ou empresas
privadas.
A posição que mais coaduno e adoto em
minhas discussões cotidianas é de ser totalmente falsa a idéia que o governo
Lulla teria saldado a dívida externa brasileira, porque a dívida externa não
acaba nunca. O Brasil precisa e sempre precisará de empréstimos externos para
se desenvolver. Todo dia tem um Banco, uma empresa, um Estado membro, uma
Prefeitura ou até mesmo o Governo Federal, tomando alguns empréstimos no
Sistema Financeiro Internacional para desenvolver algum projeto novo. O que o
país pagou foi à dívida que ele tinha com o Fundo Monetário Internacional
(FMI).
O Brasil fez questão de liquidar essa
dívida porque o FMI costumava e ainda pratica condicionar seus novos
empréstimos a algumas exigências na política econômica do governo devedor. Foi
para se livrar desse "controle" que o Brasil fez um esforço e até
antecipou os pagamentos. Era vergonhoso para o nosso país, assistir a cada 3(três)
meses o desembarque de missões do FMI para checar as nossas contas públicas,
para certificar-se que nós estávamos
cumprindo o que foi acordado ou ver nosso Ministro da Fazenda viajar para New
York com todos os relatórios sobre a nossa economia debaixo do braço para
prestar contas. Foi para se livrar dessa prática vexatória que o Brasil
antecipou a liquidação desses empréstimos.
Atualmente, nosso Ministro vai ao FMI,
como sócio da Instituição e pode dar seus palpites e até fazer sugestões, e não
como um devedor inadimplente encabulado como outrora fazia, com o chapéu na
mão. Atualmente e sob o aspecto contábil pode dizer que o Brasil não tem dívida
externa porque nossas reservas em dólares, superam nossas dívidas, mas isso não
quer dizer que pagamos de um momento para outro o nosso histórico débito. Todos
dias pagamos dívidas velhas e contraímos dívidas novas, é assim que a coisa
funciona para todos os países. O que tem ajudado o paradoxo oficial é o câmbio
do dólar forçosamente mantido em baixa e isto está causando um verdadeiro
transtorno a exportações brasileiras. Vejamos então alguns números há ser considerados:
“A dívida externa total estimada do Brasil atingiu
R$ 407 bilhões (US$ 235,365 bilhões) em agosto, superior ao
valor registrado em junho, quando era de R$ 396,3 bilhões (US$ 228,594
bilhões). O dado referente a agosto é uma estimativa, enquanto os números
atribuídos ao mês de junho estão fechados.
O valor está próximo da dívida do país nos
anos 90, na época da crise, quando o Brasil devia mais de R$ 400 bilhões (US$
240 bilhões).
Segundo o
Banco Central, a dívida de médio e longo prazos - para investimentos em
obras de infraestrutura, por exemplo - atingiu R$ 325 bilhões (US$
187,949 bilhões) em agosto, na comparação com os R$ 316 bilhões (US$
182,724 bilhões) registrados em junho. Já a dívida de curto prazo - usada
para financiamentos rápidos - subiu de R$ 79,2 bilhões (US$ 45,869
bilhões) em junho para R$ 82 bilhões (US$ 47,416 bilhões) em agosto.
O BC também informou que a taxa de rolagem de
empréstimos de médio e longo prazos ficou em 232% em agosto, superior ao visto
em igual mês do ano passado, quando havia ficado em 220%.”
Conclui-se então, ser a dívida externa a soma de
todos os débitos do país, seja por financiamentos ou empréstimos feitos pelo
governo com instituições estrangeiras públicas ou privadas.
Então definitivamente Lulla não pagou a dívida
externa brasileira em sua totalidade, somente o fez com o FMI continuando a
dever para outros credores sem força de exigir que o país cumprisse algumas de suas
metas, como fazia então o Fundo Monetário Nacional. Aliás, o que vem a ser o
Fundo Monetário Internacional?! O Fundo Monetário
Internacional (FMI) como o próprio nome já diz, “é uma organização
internacional que pretende assegurar o bom funcionamento do sistema
financeiro mundial pelo monitoramento das taxas de câmbio e da balança de pagamentos,
através de assistência técnica e financeira. Sua sede é em Washington, DC, Estados Unidos.”(Wikipédia). É dessas exigências
que Lulla e sua trempe procuraram fugir.
Nilton Flávio Ribeiro.
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