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sexta-feira, 7 de agosto de 2009


Criatividade popular.
É impressionante como o povo é criativo quando se trata de fazer piadas e criar os chamados ditados populares. Estive estes dias pensando sobre alguns destes célebres ditados, como “saiu na chuva é para se molhar”, “se correr o bicho pega se ficar o bicho come”, “em terra de cego quem tem um olho é rei” e etc...etc... São muitos para ser enumerados.
Este dia ouvi um outro, dito por uma amiga minha que realmente tem muito a ver com certas situações que vivenciamos no dia a dia. Ela me disse que “traíra, mesmo sem a buchada ainda da o bote”. No começo fiquei muito sem entender da frase, fui embora pensativo, tentando compreender o que ela queria dizer com seu ditame.
Como gosto muito de aprender as coisas fui pesquisar sobre a palavra “traíra”. Eu já sabia que o termo traíra era empregado para identificar uma espécie de peixe muito freqüente nos rios e lagoas Brasileiras, também chamado de lobó em algumas regiões, e é conhecido pela sua voracidade. Vejamos então alguns dados importantes sobre este suculento peixe.
Traíra é o seu nome popular, o nome científico é hoplias malabaricus da família dos Erythrynidae. É um peixe de escamas; corpo cilíndrico; boca grande; dentes caninos, bastante afiados; olhos grandes; e nadadeiras arredondadas, exceto a dorsal. A cor é marrom ou preta manchada de cinza. Chega a alcançar cerca de 60cm de comprimento total e 3kg. Como já visto é um Predador voraz, solitário, que pode ser encontrado em águas paradas, lagos, lagoas, brejos, matas inundadas, e em córregos e igarapés, geralmente entre as plantas aquáticas, onde fica a espreita de presas como peixes, sapos e insetos. É mais ativo durante a noite. Apesar do excesso de espinhas, em algumas regiões é bastante apreciado como alimento.
Pois é, mais o termo empregado pela minha amiga, não se referia as características do peixe, porém era sobre a falsidade de algumas pessoas em sua postura cotidiana, principalmente nestes dias de conturbado embate político. Ela referia-se a postura de pessoas acostumadas a agir como Judas (aquele do Novo Testamento), que traiu Jesus por um punhado de moedas.
Na política tem aqueles que traem seus ideais e renuncia seus amigos e companheiros por dinheiro ou por simples ingratidão, e para estes que minha colega estava empregando o termo “Traíra” ou seja, aquele que age por “traíragem”. Numa coisa eu tenho que concordar com ela, este peixe ao ser estripado ainda vivo, costuma morder.
Eu antigo pescador de traíras, sei que só basta colocar a isca, e com o peso da chumbada fazer barulho na água, que ela logo vem e acaba se prendendo no anzol, e daí é só fisga-la e coloca-la no samburá.
Na política também já fisguei alguns “traíras”, porém estes pela particularidade e o meio em que vive, são muitos mais perigosos e vorazes. As vezes estão enrustidos entre nós como se amigo fosse, mais está ali por mero ato de “trairagem”.
A vocês “traíras”, fica aqui meu veemente repúdio, e um conselho mude este horrendo hábito, pois isto somente lhes acrescentarão desprezo e indignação das pessoas. Minha amiga tem razão, só que eu prefiro as traíras fritas em gordura bem quente, e, evidentemente acompanho de uma espumosa bem gelada cerveja. Um brinde aos verdadeiros amigos.
DicasAo pescar com iscas naturais, use chumbo acima da isca e bata na água. O barulho atrai as traíras e torna a pesca mais produtiva.

Nilton Flávio Ribeiro. (Este comentário foi feito por ocasião da campanha eleitoral de 2008 quando tomou-se conhecimento que alguns candidatos a vereador de um determinado candidato a prefeito fazia campanha para candidato majoritário de outro partido)

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