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quarta-feira, 19 de março de 2014

PERSEGUINDO A VINGANÇA - 25ª PARTE.


 
                  Dia seguinte Tião já estava no exercício de suas atividades no pátio do Posto quando ao longe viu Rosilda que ia em direção ao centro da pequena Rosário.  A jovem vendo que Tião a olhava acenou com as mãos enquanto o fitava de longe.       
                   O coração de Tião palpitou de felicidade, e aproveitando que havia pouco movimento naquela manhã, correu ao encontro de sua amada.
                   No seu íntimo desejava mesmo abraça-la e cobri-la de beijos, porém quando dela aproximou somente estendeu-lhe a mão em um usual cumprimento dando-lhe bom dia.
                   Rosilda olhou para Tião com o olhos cheio de esperanças, e aproximou-se dele dando um beijo em sua face, para dizer em seguida:
                   _Volta pra mim, estou te esperando.
                   Tião ouvindo aquilo sentiu suas pernas tremerem e a emoção tomou conta do seu peito.
                   _Logo querida, logo estarei com ôce!!! – Respondeu o jovem matuto, com seu linguajar acaboclado.
                   Em seguida ouviu-se o ruído de um veículo que se aproximava de uma das bombas, foi quando Tião virou-se e despedindo de Rosilda disse-lhe:
                   _Preciso ir atende, outra hora nóis conversa. – Saindo ligeiramente dali para atender o cliente que já aguardava estacionado perto da bomba de abastecimento.
                   Ao olhar para trás pode ver que Rosilda prosseguia seu trajeto caminhando lentamente, e ainda sobre as vistas de Tião, vez ou outra dava uma olhadinha para traz buscando vê-lo mais uma vez até que ambos se perdessem  de vista.
                   Ao anoitecer Tião fora até seu amigo Pedro, para que este emprestasse a bicicleta, sua intenção era ir à casa de meretrício para estudar o seu alvo, e assim bolar uma estratégia de ataque.
                   Agora ele tinha pressa, pois precisava agir logo e assim retornar para sua amada.
                   Pedalou rumo ao seu destino, chegando lá permaneceu por ali do lado de fora do prostibulo, quando vira Marcão apontar na porta da sala onde funcionava a lanchonete.
                   Foi quando Tião viu a possibilidade de fazer amizade com aquela figura afeminada, e foi logo a cumprimentando:
                   _Boa noite Marcão?!! Noite quente esta! – Completou Tião puxando prosa com Suzete.
              _Oiii!!! E não é o gostosão lá do Posto!?! – Respondeu-lhe Marcão, para em seguida complementar:
                   _E tem mais pode me chama de Suzete, é assim que eu prefiro.
                   _Veio da uma trepada, trocá o óleo?!! – Perguntou-lhe  Suzete.
                   Tião não acostumado com os termos da zona ficou um pouco recôndito em sua fala, mostrando-se tímido. Suzete vendo o desconforto do jovem já foi logo dizendo
                   _Dexa de bobagem minino, aqui não é lugar prá ter vergonha.
                   _O você acha que trocar de óleo é só em caminhão e carro veio empoeirado?!! Completou Suzete dirigindo-se a Tião, que ruborizou-se procurando esconder seu desconforto.
                   _Vamo fazê um trato, hoje ocê anda por aí, conhece minhas meninas, tome uma gelada com elas se acostume com o ambiente, o movimento está uma merda memo. – Dissera-lhe  Marcão com aquele jeitão afeminado que não escondia seu físico avantajado de homem, para em seguida segurar Tião pelos braços puxando-lhe para dentro da sala.
                   _Olha aí putada, carne nova no pedaço!!! – Dessa forma Tião fora conduzido para o recinto interno da sala, onde algumas mulheres quase tampadas pela bruma de fumaça dos cigarros o olharam com curiosidade.
                   Tião ficou sem jeito e envergonhado com aquela inusitada situação, nunca havia estado em uma zona de meretrício e aquilo lhe causava uma enorme insegurança.
                   Foi quando levantou-se de um dos cantos daquela esfumaçada  sala, uma mulher de cabelos negros e lisos, vindo em direção do jovem que estava paralisado pela sua timidez. A mulher aparentava ter uns trinta e cinco a quarenta anos de idade, porém a excessiva carga de maquiagem escondia sua verdadeira idade, dando uma aparência mais jovial a aquela senhora.
                   Ela vestia um vestido preto excessivamente curto bem acima do joelho, exibindo pernas fartas e torneadas porém marcadas por celulites. Vestia também uma blusa vermelha quase transparente amarada logo abaixo dos fartos seios que em seu decote deixava-os de forma provocativa a amostra. Aproximou-se de Tião, passando os braços entre o seu para em seguida dizer-lhe:
                   _Meu nome Júlia, e o seu gostosão?!! – Tião  ruboresceu-se, enquanto aquela mulher cheirando perfume barato o conduzia para o fundo da sala, onde havia uma mesa vazia.
                   _Me chamo Sebastião, mas os colega me chama de Tião mesmo. – Respondeu nosso jovem vingador.
                   Sentaram-se a mesa e a prostitua foi logo dizendo:    
                   _Então me paga uma bebida.
                   _Pode se uma brama?!! – Perguntou-lhe Tião.
                   _Pode, hoje está muito quente mesmo. Pede uma bem gelada. – Dissera Julia dando em seguida sinal, para o atendente que correu para anotar o pedido.
               _Traga uma cerva gelada para nós. – Pedira Julia, enquanto deslizava sua mão entre as pernas de Tião, para em seguida alisar seu pênis.
                   Tião sentiu seu órgão enrijecer enquanto Julia o acariciava ainda sob suas vestes, para aos poucos sentir que a mulher agora encostava sua cabeça aos seus ombros para prosseguir com aquelas tentadoras carícias agora em seu peito.
                   De repente  Tião ouvira alguém que falava alto e em bom tom:
                   Vai devagar mué, o gostosão aí é novo de zona. Não vai espantá ele?!! – Era Suzete que estava passando por ali e vira o trato que a puta iniciara em Tião para em seguida soltar uma larga e relaxada risada, dando um ar de descontração ao nosso herói.
                   Ato contínuo rompeu pela porta falando alto e esbravejante nada mais nada menos do que ele, o motivo de sua ira, Tião Bigode e já foi logo gritando:
                   Onde está aquela biscate que costumo comer?!! Estou precisando de companhia. – Completou Bigode enquanto procurava sua puta pelo salão.
                   Aquele sujeito trazia desconforto não somente para Tião, como este pudera comprovar, naquele local todos ficaram em silêncio e cabisbaixo.
                   Suzete que estava deixando o ambiente em direção a um dos quartos, parou e foi logo dizendo
                   _Ocê sabe onde ela está, a muito que ela não vem para o salão, purque sabe que ôce não gosta. – Para logo em seguida indicar a direção do quarto.
                   Bigode então caminhou em direção ao centro do salão, e com o olhar desafiador encarou a todos que ali se encontravam, para em seguida deixar o local em direção ao quarto localizado aos fundos daquela casa cujo local Tião já conhecia.
                   Julia vendo aquela cena, fora logo dizendo:
                   _Este filho da puta a cada dia que passa está mais intragável.
                   Tião aproveitou o momento e foi logo perguntando:
                   _Ele vem sempre aqui?
                   _Quando não tá de viagem, quase toda a noite. Fica enfurnado naquele quarto com a Maria, quando não dá um pau nela. – Respondeu Julia ao jovem enquanto entornava o copo de cerveja.
                   _Tem noite que ele enche o cú de cachaça e espanca a coitada da Maria, depois dorme que nem um porco. – Prosseguia Julia sob o olhar atento e curioso de Tião.
                   _O gostosão, ôce não vai bebe não?!! – Perguntou Julia a Tião, vendo que este não havia tocado em seu copo.
                   _Não to muito bom e amanhã tenho que pegar cedo no batente. – Respondeu Tião.
                   O jovem então acariciou os cabelos negros daquela mulher, para repentinamente lembrar do seu verdadeiro amor, e baixar então em seu peito uma sensação de remorso como nunca havia sentido.
                   Tião então levantou-se da mesa e despediu-se de Julia:
                   _Tenho que ir agora, já tá tarde. Prometo que irei voltar outro dia. – Disse-lhe Tião enquanto se dirigia ao caixa para pagar a bebida.
                   _Ah!!! É cedo ainda!!! – Insistia Julia sem que isto desse resultado.
                   Tião a olhou já próximo  a porta,  e acenou despedindo-se dela, para em seguida montar na bicicleta e pedala-la em direção do posto.

CONTINUA.....

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