Dia
seguinte Tião já estava no exercício de suas atividades no pátio do Posto
quando ao longe viu Rosilda que ia em direção ao centro da pequena
Rosário. A jovem vendo que Tião a olhava
acenou com as mãos enquanto o fitava de longe.
O coração de Tião palpitou de
felicidade, e aproveitando que havia pouco movimento naquela manhã, correu ao
encontro de sua amada.
No seu íntimo desejava mesmo
abraça-la e cobri-la de beijos, porém quando dela aproximou somente
estendeu-lhe a mão em um usual cumprimento dando-lhe bom dia.
Rosilda olhou para Tião com o
olhos cheio de esperanças, e aproximou-se dele dando um beijo em sua face, para
dizer em seguida:
_Volta pra mim, estou te
esperando.
Tião ouvindo aquilo sentiu
suas pernas tremerem e a emoção tomou conta do seu peito.
_Logo querida, logo estarei
com ôce!!! – Respondeu o jovem matuto, com seu linguajar acaboclado.
Em seguida ouviu-se o ruído
de um veículo que se aproximava de uma das bombas, foi quando Tião virou-se e
despedindo de Rosilda disse-lhe:
_Preciso ir atende, outra
hora nóis conversa. – Saindo ligeiramente dali para atender o cliente que já aguardava
estacionado perto da bomba de abastecimento.
Ao olhar para trás pode ver
que Rosilda prosseguia seu trajeto caminhando lentamente, e ainda sobre as
vistas de Tião, vez ou outra dava uma olhadinha para traz buscando vê-lo mais
uma vez até que ambos se perdessem de
vista.
Ao anoitecer Tião fora até
seu amigo Pedro, para que este emprestasse a bicicleta, sua intenção era ir à
casa de meretrício para estudar o seu alvo, e assim bolar uma estratégia de
ataque.
Agora ele tinha pressa, pois
precisava agir logo e assim retornar para sua amada.
Pedalou rumo ao seu destino,
chegando lá permaneceu por ali do lado de fora do prostibulo, quando vira
Marcão apontar na porta da sala onde funcionava a lanchonete.
Foi quando Tião viu a
possibilidade de fazer amizade com aquela figura afeminada, e foi logo a
cumprimentando:
_Boa noite Marcão?!! Noite
quente esta! – Completou Tião puxando prosa com Suzete.
_Oiii!!! E não é o gostosão
lá do Posto!?! – Respondeu-lhe Marcão, para em seguida complementar:
_E tem mais pode me chama de
Suzete, é assim que eu prefiro.
_Veio da uma trepada, trocá o
óleo?!! – Perguntou-lhe Suzete.
Tião não acostumado com os
termos da zona ficou um pouco recôndito em sua fala, mostrando-se tímido.
Suzete vendo o desconforto do jovem já foi logo dizendo
_Dexa de bobagem minino, aqui
não é lugar prá ter vergonha.
_O você acha que trocar de
óleo é só em caminhão e carro veio empoeirado?!! Completou Suzete dirigindo-se
a Tião, que ruborizou-se procurando esconder seu desconforto.
_Vamo fazê um trato, hoje ocê
anda por aí, conhece minhas meninas, tome uma gelada com elas se acostume com o
ambiente, o movimento está uma merda memo. – Dissera-lhe Marcão com aquele jeitão afeminado que não
escondia seu físico avantajado de homem, para em seguida segurar Tião pelos
braços puxando-lhe para dentro da sala.
_Olha aí putada, carne nova
no pedaço!!! – Dessa forma Tião fora conduzido para o recinto interno da sala,
onde algumas mulheres quase tampadas pela bruma de fumaça dos cigarros o olharam
com curiosidade.
Tião ficou sem jeito e
envergonhado com aquela inusitada situação, nunca havia estado em uma zona de
meretrício e aquilo lhe causava uma enorme insegurança.
Foi quando levantou-se de um
dos cantos daquela esfumaçada sala, uma
mulher de cabelos negros e lisos, vindo em direção do jovem que estava
paralisado pela sua timidez. A mulher aparentava ter uns trinta e cinco a
quarenta anos de idade, porém a excessiva carga de maquiagem escondia sua
verdadeira idade, dando uma aparência mais jovial a aquela senhora.
Ela vestia um vestido preto
excessivamente curto bem acima do joelho, exibindo pernas fartas e torneadas
porém marcadas por celulites. Vestia também uma blusa vermelha quase transparente
amarada logo abaixo dos fartos seios que em seu decote deixava-os de forma
provocativa a amostra. Aproximou-se de Tião, passando os braços entre o seu
para em seguida dizer-lhe:
_Meu nome Júlia, e o seu
gostosão?!! – Tião ruboresceu-se,
enquanto aquela mulher cheirando perfume barato o conduzia para o fundo da
sala, onde havia uma mesa vazia.
_Me chamo Sebastião, mas os
colega me chama de Tião mesmo. – Respondeu nosso jovem vingador.
Sentaram-se a mesa e a
prostitua foi logo dizendo:
_Então me paga uma bebida.
_Pode se uma brama?!! –
Perguntou-lhe Tião.
_Pode, hoje está muito quente mesmo. Pede uma bem gelada. –
Dissera Julia dando em seguida sinal, para o atendente que correu para anotar o
pedido.
_Traga uma cerva gelada para
nós. – Pedira Julia, enquanto deslizava sua mão entre as pernas de Tião, para
em seguida alisar seu pênis.
Tião sentiu seu órgão
enrijecer enquanto Julia o acariciava ainda sob suas vestes, para aos poucos
sentir que a mulher agora encostava sua cabeça aos seus ombros para prosseguir
com aquelas tentadoras carícias agora em seu peito.
De repente Tião ouvira alguém que falava alto e em bom
tom:
Vai devagar mué, o gostosão
aí é novo de zona. Não vai espantá ele?!! – Era Suzete que estava passando por
ali e vira o trato que a puta iniciara em Tião para em seguida soltar uma larga
e relaxada risada, dando um ar de descontração ao nosso herói.
Ato contínuo rompeu pela
porta falando alto e esbravejante nada mais nada menos do que ele, o motivo de
sua ira, Tião Bigode e já foi logo gritando:
Onde está aquela biscate que
costumo comer?!! Estou precisando de companhia. – Completou Bigode enquanto
procurava sua puta pelo salão.
Aquele sujeito trazia
desconforto não somente para Tião, como este pudera comprovar, naquele local
todos ficaram em silêncio e cabisbaixo.
Suzete que estava deixando o
ambiente em direção a um dos quartos, parou e foi logo dizendo
_Ocê sabe onde ela está, a
muito que ela não vem para o salão, purque sabe que ôce não gosta. – Para logo
em seguida indicar a direção do quarto.
Bigode então caminhou em
direção ao centro do salão, e com o olhar desafiador encarou a todos que ali se
encontravam, para em seguida deixar o local em direção ao quarto localizado aos
fundos daquela casa cujo local Tião já conhecia.
Julia vendo aquela cena, fora
logo dizendo:
_Este filho da puta a cada
dia que passa está mais intragável.
Tião aproveitou o momento e
foi logo perguntando:
_Ele vem sempre aqui?
_Quando não tá de viagem,
quase toda a noite. Fica enfurnado naquele quarto com a Maria, quando não dá um
pau nela. – Respondeu Julia ao jovem enquanto entornava o copo de cerveja.
_Tem noite que ele enche o cú
de cachaça e espanca a coitada da Maria, depois dorme que nem um porco. –
Prosseguia Julia sob o olhar atento e curioso de Tião.
_O gostosão, ôce não vai bebe
não?!! – Perguntou Julia a Tião, vendo que este não havia tocado em seu copo.
_Não to muito bom e amanhã
tenho que pegar cedo no batente. – Respondeu Tião.
O jovem então acariciou os
cabelos negros daquela mulher, para repentinamente lembrar do seu verdadeiro
amor, e baixar então em seu peito uma sensação de remorso como nunca havia
sentido.
Tião então levantou-se da
mesa e despediu-se de Julia:
_Tenho que ir agora,
já tá tarde. Prometo que irei voltar outro dia. – Disse-lhe Tião enquanto se
dirigia ao caixa para pagar a bebida.
_Ah!!! É cedo ainda!!! –
Insistia Julia sem que isto desse resultado.
Tião a olhou já próximo a porta,
e acenou despedindo-se dela, para em seguida montar na bicicleta e
pedala-la em direção do posto.
CONTINUA.....
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