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domingo, 6 de outubro de 2013

Perseguindo a vingança - 4ª Parte.



               No dia seguinte, Pai e Filho iniciaram suas atividades cotidianas, embrenhando pela mata em busca do precioso látex. Vida rotineira, porém simples, a família estava satisfeita com o dia a dia. Não reclamavam nunca, pois quando não estavam trabalhando, estavam empoleirado sob um saleiro a espera de uma Paca ou Porcos do Mato, quando não estavam apoitados no rio lançando suas linhadas em uma animada pescaria.

                      As caçadas de espera, geralmente aconteciam em um “puleiro”, como era chamado uma escada de paus amarrados ou pregados entre duas arvores, escolhidos de forma estratégica perto de um pé de fruta ou de coco, aonde os bichos iam frequentemente se alimentar.

              Tudo era motivo de risos entre pai e filho. Naquele dia  sangrando seringueiras, Zé Chico deu de cara a uma cachopa de marimbondos. As Vespas partiram em ataque, pondo Zé Chico a correr de um lado, enquanto o filho Tião correria do outro. Depois de passado o susto, o maroto Tião, ria da corrida do pai dizendo.

                   _ Êh Pai, um bichinho deste tamanhinho, pois nois dois a corre imagina se fosse uma Pintada. Ah! Ah! Ah!...

                   Zé Chico vendo a folia do filho completava feliz.

                   _ Se fosse uma pintada a corrida ia se maió.

                   De volta para a casa, enquanto jantavam, lembravam da correria lhes impingida pelos Marimbondos, contando o acontecido a Maria, que junto com os dois se divertiam só de pensar no corre-corre.

                   Tião não cansava de repetir, e uma vez e outra dizia:

                   _ Mãe! senhora precisava ver a corrida do véio, quando deu de cara no buraco dos “cassunungas”[1]. Os marimbondos partiu em cima dele. O veio largô tudo e caiu na marva[2].

                   Zé Chico, alimentando a conversa, completava dizendo:

                   _ Foi o véio de um lado e o moleque de outro.                

               A conversa seguiu animada, até o término do jantar, logo em seguida bateu a exaustão na família e foram todos dormirem. Porém nenhum deles podia sequer imaginar o que estaria para acontecer naquela bela noite de Luar. Não existe nada mais belo, do que a noite enluarada no meio da mata.     
        

CONTINUA........



[1] Espécie de vespa ou marimbondo muito frequentes nas matas brasileiras.
[2] O mesmo que malva, tipo de vegetação. Termo empregado pelos caboclos e sertanejos.

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