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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Banho no Índio. (Foi assim que me contaram III)
Há muito tempo passado, nos primórdios da colonização da Gleba Arinos onde hoje é o município de Porto dos Gaúchos, todo o transporte de mantimentos e combustíveis era feito via água pelo Rio Arinos, através de embarcações então denominadas chalanas.
Dentre estes bravos navegadores, que outrora navegaram pelas águas límpidas do Arinos, levando mantimentos aos Colonos que se encontravam Rio abaixo, havia um que conheci pessoalmente. Um homem rude, porém, alegre, divertido, acostumado às agruras e as dificuldades da imensa Floresta Amazônica.
Fritiz como apelidado era ótimo conhecedor daquelas paragens, pois como tal navegava com freqüência ora descendo ora subindo as águas do exuberante Rio Arinos.
Fritiz na época, homem formado, porém jovem e solteiro, passava muito tempo longe da civilização, sempre em contato com a Floresta e seus habitantes, principalmente com os Silvícolas que outrora habitavam a região e que o alemão frequentemente lhes davam carona em suas idas e vindas rio afora.
Uma certa ocasião, Fritiz, navegava sozinho rio abaixo, carregado de suprimentos para os Colonos Gaúchos, quando avistou em uma de suas margens, um casal indígena, que para ela acenava pedindo carona em sua chalana.
Fritz, desacelerou sua embarcação e a manobrou procurando encosta-la nas margens do rio para colher o casal de silvícolas, que certamente pertenciam as uma das inúmeras etnias que habitavam as margens do Arinos.
Quando o casal veio a bordo da embarcação, Fritiz, há muito tempo “a seco”, lançou seu olhar de cobiça sobre a jovem índia, pois ali em sua frente se encontrava uma selvagem, cujos antepassados deixaram os descobridores portugueses loucos e apaixonados, e que certamente contribuíram para o amálgama de raças que é este nosso grandioso Brasil.
A jovem indígena aguçou no alemão, desejos até então recônditos em seu peito de descendente germânico, surgindo para ele o que seria uma oportunidade, como dito nos chulos termos atuais, em “afogar o ganso”, coisas que ultimamente só fazia por memória na palma de sua mão na solidão freqüente de suas viagens, como muitos no início da puberdade o fazem, ou seja, naquela dos “cinco ateus, apertando um judeu para cuspir o que não comeu.”
Fritiz então achou de ancorar sua chalana em uma das muitas ilhas ribeirinhas, e lá usando de muita esperteza atraiu a jovem indígena para dentro do banheiro, e iniciou em dar um banho no seu objeto de desejo, usando um perfumado sabonete, que dias antes comprara de certo para uma ocasião especial como a que estava preste a vivenciar e com o evidente escopo de prepará-la para sua alcova.
A Indígena sentindo o perfume do sabonete e talvez vendo a excitação e a óbvia intenção do jovem marinheiro tratou logo em buscar seu companheiro, levando-o para Fritiz, que segundo as más-línguas locais, fora obrigado a dar banho também no Índio, frustrando assim o seu desejo em conquistar a formosa e naquele momento cheirosa silvícola.
Tive oportunidade de pescar muitas ocasiões com o Velho Lobo do Arinos, e quando tocávamos neste assunto, costumava negar com veemência o acontecido, porém sempre com o seu peculiar bom humor. Verdade ou mentira, fato ou ficção, o causo não deixa de ser hilariante, e toda vez que me encontrava com Fritiz , imaginava aquela cena onde o Alemão dava um perfumado banho no Indião. Foi assim que me contaram.
Nilton Flávio Ribeiro (niltonfavioribeiro.blogspot.com)

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