Saí de Porto dos Gaúchos com destino a Capital do
Estado, pois já fazia muito tempo que não ia a Corte. Eu queria ver minhas
filhas e o meu netinho caçula, pois sinto que a cada ano que passa me aproximo
de ser somente uma lápide em um cemitério qualquer. (Isto é se lembrarem de
mandar fazer uma antes de brigarem pela herança. Como se importasse, estarei
morto mesmo!!! Rssss..)
Pois bem deixei minha cidadezinha encafurnada no
Vale do Arinos, em direção a Juara, para logo no município vizinho da Novo
Horizonte do Norte, próximo ao sítio do pai do Delvane, encontrar uma dúzias de
crateras, e o pior de tudo isto que estavam todas de boca para cima.
Pronto foi o que bastou para lembrar da mãezinha dos
nossos ilustres políticos, como se as coitadas tivessem algo a ver com isto.
Bem, de certo modo tem, pois pariu os objetos de minha solitária revolta.
Passado a raiva, segue eu preocupado com a situação
de nossas estradas, pois queria ter ido pela Baiana, mas me falaram que havia
piorado com as chuvas. Lá vou eu então pela rodovia do buraco, ou seria da
vergonha?!! Sei lá, já ouvi tantos adjetivos para ela que até me perdi.
Grudado no volante do meu carro, digo, do carro da minha
mulher, fui o conduzindo de modo cauteloso por entre os buracos e outros
buracos, sem contar aqueles outros que aguardavam no acostamento esperando a
vez de ficarem ali quietinhos com a boca escancarada esperando o incauto
motorista, contribuinte de inúmeros impostos (principalmente do IPVA) por ali
passar e amassar a roda ou danificar
qualquer outra parte do seu veículo.
Passado aquele horripilante trecho da MT 170, (justo no trecho da capital do gado que tem dois Deputados) conhecida
como rodovia do buraco, fui encontrar um Vereador deitado (ou seria Deputado),
já chegando em Marechal Rondon, no
próspero município de Campo Novo dos Parecis.
Pronto, foi o que bastou para lembrar novamente da mãezinha
dos nossos políticos. Um quebra molas sem nenhuma sinalização. Voei sobre ele “chingando”
e blasfemando tudo e contra todos. Quem me conhece sabe como que eu gosto de
quebra molas!!!
Passados
estes entraves, prossegui com minha viajem desviando das panelas que frequentemente
surgiam em meu percurso fazendo-me lembrar daquela velhinha parideira que criou
monstros para ajudar a nos espoliar de tempos em tempos.
Senti um alívio quando avistei o entroncamento do
Gil, aquele local, onde o nortão despeja uma quantidade irreal de carretas e
treminhões que vão se afunilando e aglomerando a ponto de parar tudo. Duas
horas preso em um trânsito “FDP”.
Um calor infernal, com o trânsito todo parado, não
havia acidentes e nem obras para segurar o fluxo, era excesso de veículos
mesmo. Como já dito, um calor infernal e eu preso entre um enorme amontado de caminhões. Um
enfiado no rabo do outro não permitindo assim nenhuma ultrapassagem.
Como faz falta uma ferrovia. A Ferronorte desde
quando o petismo assumiu o país, parou, estagnou, somente por que foi FHC que a
trouxe até nós.
Cheguei em Cuiabá após onze horas de sufocante e
estressante viagem, para lembrar de quando a Capital fora escolhida para sediar
a Copa do Mundo. Lembro que eu estava aqui (ainda estou em Cuiabá), e pude
ouvir a festas que os Cuiabanos fizeram. Soltaram fogos e buzinaram festejando
a vitória sobre Campo Grande.
O embaraçado trânsito Cuiabano, agravado pelas obras
de “melhoramentos” exigidas pela Fifa, tornou a vida dos moradores desta urbe,
um verdadeiro inferno.
E o dinheiro gasto com tudo isto, e os desvios que
sabemos que tem em escala faraônica, agravou também o restante do estado, a
saúde, a segurança e principalmente a infraestrutura estão esquecidas, pelo irreal
interesse de sediar uns parcos jogos de futebol da copa do mundo.
Irei retornar a minha cidadezinha portenha,
encravada às margens esquerda do Arinos, feliz por ter retornado, mas revoltado
por ver o dinheiro dos nossos impostos, lançados irresponsavelmente em um
sumidouro.
Aguardem-me aí, pois em breve estarei de volta para
cuidar de suas noites de insônia. Isto é se os buracos e atoleiros permitirem. rssssss.....
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