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domingo, 2 de setembro de 2012

Santíssimo & Carolas.


O fato que irei contar agora é bem verdadeiro, e aconteceu em uma cidadezinha do agreste nordestino (somente isto que não é verdade).
Pois bem, tal fato acontecera quando um Prefeito desta pequena cidadezinha, que iremos denominar ficticiamente como “Reino dos Violeiros Solitários”, não..., este nome já está muito manjado, vocês não acham?!! Vamos chamar nossa cidadezinha fictícia de ..., de.... Poxa vida!!! Estou mesmo sem criatividade para arrumar um nome para este lugarzinho.
“Taí”?!! Vamos chamar a cidade de Lugarzinho do Escondido!!! Pois bem, em certa ocasião, o Prefeito deste local,  havia conseguido que o Estado fizesse uma escola em uma Vilinha Distrito do Lugarzinho Escondido.
Um dos poucos terrenos disponíveis para edificação da obra, e talvez o melhor, era um terreno próximo a uma Igrejinha naquela localidade.
Após a noticia ter espalhado, alguns membros Carolas daquela comunidade, ao descobriram que a Escola iria ser construída próxima Igreja, iniciaram um movimento com a colheita de assinaturas em um abaixo assinado tentando impedir que a escola não fosse construída naquele local, pois segundo eles, o barulho da criançada “incomodaria o Santíssimo.”
O Prefeito, recebendo a comunidade em seu gabinete, bem como o documento onde constavam algumas assinaturas, revoltou-se com aquele inútil movimento e foi logo dizendo, que estranhava a atitude daqueles cidadãos já que a obra traria um grande benefício para toda população daquela localidade, pois se tratava de uma escola, cujo objetivo era ensinar e educar as crianças que ali residiam.
Um certo dia, o prefeito  com ar bonachão que lhe era peculiar, dirigiu-se aquela localidade, e visitando um boteco localizado as margens da estrada, pediu um trago encostado no balcão.
Ao entornar seu copo aguardente, olhou para traz e pela abertura da porta pode ver a Igrejinha ao fundo. Ao vê-la lembrou do ocorrido e foi  logo perguntado aos presentes, todos moradores daquela localidade, que se  fazer festas e baile com músicas com som elevado no barracão anexo à igreja, com vendas  de cervejas e outras bebidas alcoólicas não incomodaria o “Santíssimo”?!!  As pessoas presentes ficaram em completo silêncio, não respondendo o questionamento do Prefeito.
O Prefeito então saiu até a porta do estabelecimento, e mirrou a pequena Igrejinha, e em pensamento perguntou a si mesmo, se realmente o “Santíssimo” estaria lá dentro para ser incomodado.
Riu de tudo aquilo e desconsiderou o pedido dos Carolas, autorizando a construção da Escola próxima a Igrejinha. O “Santíssimo”  até os dias atuais não se incomodou com o barulho da criançada brincando na hora do recreio de rodas e pique pega-pega, uma vez ou outra, até surgi um nome feio no meio desta deliciosa algazarra.
E assim termina nossa estorinha, ficta e ao mesmo tempo real, que sirva de exemplo, para que o Povo prefira o ruído de uma escola em aulas, ao invés de batuque esfrega, esfrega e cachaça próximo da Igreja, pois é isto que incomoda o “Santíssimo”. Isto é, se ele realmente estiver dentro da Igreja. Rsssss....
(O presente conto é mera ficção, porém qualquer semelhança com a realidade, não é mera coincidência).

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