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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Outras coisas mais da Política interiorana.

Outras coisas mais da Política interiorana.

Hoje acordei cedo. Muito cedo! Na verdade madruguei, pois o relógio de parede de minha casa marcava três horas da matina.

Eu tenho costume de acordar cedo, por volta das cinco horas da manhã já estou acordado, porém hoje como tem acontecido com freqüência as três já me encontrava de olhos esbugalhados ávido para escutar o borbulho do amanhecer de minha pacata cidade portogauchense. Muitos irão indagar de que borbulho estaria eu mencionando. Ora o borbulho dos pássaros que pelo menos ainda existem com muita freqüência em nossa cidade!..

Pô! Ainda era muito cedo até mesmo para os pássaros, porém ao longe se ouvia o cantar solitário de um velho galo. Como de costume levantei e me dirigi ao quintal de minha casa, onde se encontram os meus velhos amigos caninos, o Jasper e o Nike, aguardando como sempre suas porções de ração.

Troquei-me e saí pelas ruas silenciosas de minha cidade em direção ao escritório e enquanto andava pensava como o tempo parou neste lugar. Ando meio revoltado com a situação local, como advogado, preocupo-me com o destino da Comarca, pois, se não me falha a memória, ela se encontra sem Juiz titular desde meados de outubro de 2008.

Como sempre vou observando os terrenos baldios e os imóveis desocupados e até mesmo em alguns casos, abandonados por seus donos. Indago no meu íntimo, qual será o futuro desta cidade que parada no tempo agoniza sem perspectiva econômica.

O coração aperta, quando fico sabendo que mais uma família partiu em direção a outras regiões, o coração aperta quando mais um pequeno empresário cogita em encerrar suas atividades comerciais por falta de segurança econômica. Lembro logo dos empregos escassos nestes dias de crise.

Lembrei da conversa que tive na noite anterior com um dos poucos amigos que ainda me resta, que costumeiramente tomamos umas e outras geladas e procuramos improvisar em nossos ensaios críticos da política nacional e evidentemente na regional e para não perder o costume a local.

Peguei pesado com ele na noite anterior quando falava dos devaneios de um conhecido nosso que a tomar posse de um “carguinho” público de merda, mudou por completo seu comportamento com as pessoas da dita comunidade oposicionista desta pequena e abandonada urbe, a ponto de perder até aquela costumeira cordialidade de se desejar “um bom dia”, “uma boa tarde” e até mesmo “uma boa noite” ao encontrar-se com outro cidadão. Coisas da pequena e ultrapassada política interiorana que ainda perdura em nossa cidade.

É que todo estes anos de Porto dos Gaúchos ainda não aprendi que aqui não existem adversários políticos, mas sim inimigos. Que os interesses particulares falam mais alto do que o interesse público. Se uma pessoa exerce um cargo público seja ele eletivo, de provimento efetivo ou de confiança, ele está lá para gerir os interesses do povo. O interesse público sobrepuja sempre o particular, mesmo que não goste o detentor do cargo está sendo pago com o dinheiro proveniente dos nossos impostos.

Infelizmente ainda falta para esta gente a prática dos preceitos democráticos, de saber que diferenças de opiniões sempre existirão, seja quem for o governante haverá alguém que não concorde com a forma que eles governam e sustentado nos preceitos constitucionais de uma democracia se sentirá no direito de fazer suas observações críticas, por mais que estas observações coloquem em risco um “carguinho” inexpressivo qualquer.

Muitos que irão ler esta singela opinião, deve indagar, o que este Cara pretende com esta baboseira toda, que não se explica?! É simples! Quero ver a classe política local empenhada em melhorar esta cidadezinha. Em brigar para que pelo menos se mantenham os órgãos públicos em funcionamento, como é o caso da Comarca, e sem desmerecer o trabalho dos funcionários e servidores do Forum que se esforçam em atender as pessoas que buscam por uma prestação jurisdicional, muitas das vezes se encontram em uma situação dificílima pela falta de um Magistrado titular na Comarca.

Quero ver os políticos locais, que recebem do erário público realmente lutando para trazer para a cidade empresas e investimento privados que realmente gerem empregos e com isto de ao povo local uma perspectiva de desenvolvimento e até mesmo de sobrevivência.

Gostaria de ver os políticos locais, simplesmente agir com inteligência democrática e não com insensatez demoníaca de uma mente ultrapassada, arcaica e infelizmente burra e sem futuro.

Está na hora de reagir de se tentar resgatar a esperança no desenvolvimento desta cidade, sem o qual, não tenham dúvidas, estará legada ao eterno abandono e de ser uma cidade fantasma.

O dia já vem raiando e lá fora, já ouço o burburinho dos pássaros, porém a cidade ainda dorme, e raros operários das indústrias madeireiras que ainda relutam e existir passam apressados pedalando seus veículos em direção do precioso emprego que ainda traz sustento para ele e sua família. Até quando, não se sabe, pois a tendência do extrativismo madeireiro é sucumbir frente às exigências ambientais.

Nilton Flávio Ribeiro – 08/04/2010.



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