Interessante como certas Igrejas Evangélicas se tornaram mercantilista. Pastores, bispos e apóstolos, estão se tornando grandes milionários com o dinheiro provindo das ofertas e dízimos entregues pelos fieis.
Quando eu era criança, minha mãe fervorosa evangélica me acordava nos domingos ensolarados de minha infância e me obrigava a ir à escola dominical. Antes de sair de casa, ela me entregava uns trocados para oferta. Na Igreja de minha infância, a escola dominical era dividida em departamentos que por suas vezes eram divididas em classes ou grupos de pessoas para os estudos bíblicos. Não vou negar que aprendi muito frequentando a escola dominical da Igreja Presbiteriana Independente da minha cidade, principalmente das maravilhosas passagens bíblicas do antigo e novo testamento. A última vez que frequentei a escola dominical, eu já era um adolescente em busca de firmar uma posição dentro de um mundo que considerava elitista e com um povo preconceituoso, principalmente na divisão das classes sociais existentes dentro da daquela Igreja. Lembro até hoje da minha classe ou grupo de estudos bíblicos, que era denominada “Classe David”, talvez em homenagem ao grande Rei David do Antigo Testamento. Apesar da minha classe ter nome de rei, era composta por jovens em sua maioria provindos de famílias pobres. Os poucos provindos das famílias considerada médias, raramente frequentavam a escola dominical. Antes de iniciar os estudos matinal, o Professor ou orientador da classe, contava o número de bíblias e a arrecadação de ofertas bem como a frequência dos alunos nela matriculados, para no final da manhã, apresentar as estatísticas. A classe que tivesse mais frequência, números de bíblias e maior arrecadação de ofertas, ganhava o estandarte, que era colocado do lado do grupo vencedor e lá permanecia até o próximo domingo.
Quando iam entregar o estandarte para a classe vencedora, cantava-se uma musiquinha. Nem precisa dizer que raramente minha classe ganhava o reluzente estandarte. Um dia me decidi, peguei o dinheiro que minha mãe me dava para ser entregue como oferta, convidei três dos amigos mais pobres da minha classe e lá fomos nós jogarmos “pimbolim” em um boteco dos arrabaldes de minha cidade. E assim fui aos poucos abandonando a igreja e a escola dominical para nunca mais retornar. Lembro do nosso professor, vendo que a classe David, por ele comandada nas manhãs de domingos, desintegrar-se começou a nos procurar no bairro onde residíamos, e, para evitar que fossemos jogar “pimbolim” no botequinho da vila, começou a nos levar pescar com o seu "gordine" azul escuro. Acho que até ele percebeu posteriormente como era mercantilista e discriminatória a escola dominical da nossa Igreja.
Hoje li uma reportagem de que um certo pastor líder de uma determinada Igreja estaria sendo alvo de investigações pelo Ministério Público por enriquecimento sem causa ou sonegação.
Hoje li uma reportagem de que um certo pastor líder de uma determinada Igreja estaria sendo alvo de investigações pelo Ministério Público por enriquecimento sem causa ou sonegação.
Lembrei-me do dinheiro das ofertas que minha mãe me dava aos domingos para ser entregues na escola dominical, e de como no final o utilizei e prol do divertimento meu e de meus amigos.
Se irei para o céu eu não sei, mas se for para o inferno tenho certeza que encontrarei lá muitos, Padres, Pastores, Bispos e Apóstolos. Lembro a todos que Deus não tem nada a ver com a podridão dos homens que gritam nos púlpitos em seu nome, é por isso que insisto a repetir que cada um abraça o capeta como lhe convém.
Se irei para o céu eu não sei, mas se for para o inferno tenho certeza que encontrarei lá muitos, Padres, Pastores, Bispos e Apóstolos. Lembro a todos que Deus não tem nada a ver com a podridão dos homens que gritam nos púlpitos em seu nome, é por isso que insisto a repetir que cada um abraça o capeta como lhe convém.
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