Feitiço contra feitiço.

Enquanto isso naquele reino encantando dos violeiros solitários, o vilarejo fora acometido por um grande feitiço originado de um poder maior de um reino vizinho. O feitiço atirado colocara grilões na rainha, em alguns dos seus Ministros e até mesmo no Parlamento dos comuns.

O bruxo de risada estridente recolheu-se em seu temor, pois agora havia um poder maior que colocava em risco seu domínio. A princesa vendo aquilo saiu em defesa da rainha e do bruxo, e nas tabernas do vilarejo destilava sua ira contra aqueles que não respeitavam a corte e o frágil reinado.

Frequentemente era vista tomada pela vinha da ira gritando por cima dos ombros em busca de ouvidos que a quisesse escuta-la. - Escutem-me seus reles mortais, pois eu sou a princesa!!!  Dizia ela, querendo ser ouvida. - Sou a herdeira do trono!!! Gritava ela pelas tabernas. Os aldeões viam aquilo com desprezo, pois achava que a egoísta princesa não podia se comportar daquele modo.  

Teve momentos que a mimada princesa ébria de rancor hostilizara até mesmo alguns dos membros do frágil parlamento que lhe estendera as mãos em cumprimento, gritando freneticamente, que sua mãe ainda seria a rainha, colocando os presentes em situação de constrangimento, diante de sua malcriação.

No Vilarejo também havia um ceguinho, grande defensor do reino, que devido a sua deficiência visual, não conseguia enxergar nenhuma maldade naquele reinado decadente. Quando alguém vociferava contra o reino e sua rainha, aquele ceguinho saía em defesa do trono com grande ousadia empunhando sua bengala, porém como sempre às escuras.

Um dia ele se aproximou da princesa talvez querendo um afago, porém irada, a herdeira do trono o aviltou na frente doutros súditos que se faziam presente naquela taberna.

O ceguinho humilhado afastou-se confuso pelo tratamento perverso que havia recebido da nobre princesa. Inconformado indagara porque ele, um pobre ceguinho defensor da corte estava sendo por ela tão vilipendiado e maltratado?!!

Enquanto isso nas adjacências do Palácio,  não era somente o cabrito enfeitiçado que estava berrando, Bé, bé, béé!!! Haviam outros descontentes com aquele medíocre reino decadente.

( continua...)