A sucessão Municipal,
anda fria como os ventos desta época do ano. A antiga polarização permanece,
porém sem nenhum entusiasmo, o que leva o eleitor a ficar sem opção na hora do
sufrágio.
Outrora, aqui em minha
cidadezinha “portogauchesca”, quando chegava este período, a coisa pegava fogo.
As rodas do chimarrão, fervilhava com os comentários políticos, os candidatos
iniciavam uma ensandecida corrida em articulações e possíveis coligações. Agora
tenho visto, que o desinteresse político está prevalecendo.
Isto não bom para uma
cidade. Quando o povo se distancia do processo político, pode saber que alguma
coisa não está indo bem. Um dos maiores problemas que contribui para a perda de
interesse do eleitor, certamente é a falta de opção para sua escolha.
Ele se cansa, em ver os
mesmos candidatos à Vereadores, batendo em sua porta. Ele se cansa de enfiarem
goela abaixo um candidato a Prefeito que não esteja compromissado com a mesmice
de sempre.
O eleitor se cansa, por
ver a falta de coerente proposta para sua cidade. Uns vão gritar, “vejam as
estradas não estão boas?!!”. Estradas boas não é um favor do administrador para
com o administrado. Mas sim, um dever dele como tal.
A obrigação daqueles que
foram eleitos, ou serão eleitos pelo sufrágio universal, é que cumpra sua
obrigação com o eleitor. Não de uma forma individual, arrumando-lhe um
“carguinho” na administração pública, mas sim com uma proposta ampla de gestão
pública propriamente dita.
Confesso, que me enquadro
entre aqueles eleitores, imotivados pelos candidatos que nos empurram goela
abaixo. Confesso também que a culpa, em parte é nossa mesmo, quando somos
chamados a participar, preferimos nos afastar e nos recolher em nossa
insignificância.
Sem opção, sem motivação,
sem propósito, confesso que agirei como um lobo velho, afastando-me da matilha
para deixar os “lobetes” novos, correr de forma desvanecidas em direção de um
incerto futuro. A experiência nesta hora pouco importa, pois certamente
não irão lhes ouvir, você certamente será o velho lobo, quando não um
dinossauro cuja opinião certamente não terão ouvidos.
Só lhe resta então, a se
retirar em um solitário protesto. Se isolar de uma forma radical, e pela primeira
vez em sua existência como eleitor, não comparecer às urnas. Somente assim,
poderá dizer, eu não votei, por simples falta de opção.