O golpe do bilhete
premiado é um dos mais antigos golpes criados para pegar otários, que se acham
espertos demais e intencionam tirar proveito de uma situação.
Neste tipo de golpe,
geralmente caem aquelas pessoas, que estão pretendendo ganhar dinheiro fácil, e
acabam sendo vítimas da própria ganancia.
Pois bem, recentemente
tomei conhecimento que este golpe ainda acontece com frequência, e os
espertalhões montam um verdadeiro palco teatral cujo objetivo é pegar os
incautos e gananciosos otários.
O fato que buscarei
contar, aconteceu em Assis Estado de São Paulo e envolveu uma pessoa muito
conhecida minha. Usarei o nome fictício de “Lucy”, para não declinar o seu
verdadeiro, quando eu for referir-me a ela.
Lucy havia chegado de
viagem, e estava em frente da casa de uma conhecida sua, quando fora abordada
por uma mulher, trajando roupas simples e com sotaque roceiro, cujo propósito
evidentemente era mostrar simplicidade e principalmente ingenuidade para suas
vítimas.
A esperta caipira,
abordou Lucy, com um endereço marcado em um pedaço de papel, e quando esta
respondia a ela, que não conhecia o endereço, apareceu uma segunda pessoa, que
logo foi abordada pela caipira, dando início ao golpe arquitetado. Evidentemente que Lucy não esperava que a terceira mulher que entrava em cena
era coadjuvante do golpe que ela iria levar.
Foi quando a caipira,
iniciou uma conversa mostrando as demais que era detentora de um bilhete de
loteria premiado, que estava procurando aquele endereço para contatar uma
determinada pessoa que, segundo ela, iria ajuda-la e receber o suposto prêmio.
Incentivado pela outra,
Lucy viu naquilo uma oportunidade de ganhar uma graninha extra, sem qualquer
esforço, e, decerto dentro de sua mente gananciosa com tal possibilidade, foi
dando corda a conversa, sem perceber que de fato estava sendo preparada para o
abate.
Lucy ao narrar o fato,
dizia que ficara com dó daquela pobre caipira, e receosa que esta fosse passada
para trás, com toda aquela grana provinda do falso prêmio da loteria.
E assim, de olho em parte
daquele prêmio lotérico, resolveu associar-se com a outra golpista, para juntas
aproveitar daquela ingênua caipira, que dirigindo a palavrar queria “creditar” nelas.
Com o linguajar roceiro, a falsa caipira e sua comparsa, fora envolvendo Lucy
de forma eficaz, despertando nela o interesse ganancioso do lucro fácil.
A todo tempo que estivera
com as estranhas, (por quatro horas ou mais), a comparsa da caipirinha,
demonstrando preocupação com a possibilidade da falsa matuta ser passada para
trás, fizeram ela as vezes de benfeitores, evidentemente de olho no prêmio do
falso bilhete,
Segundo Lucy, a caipira
exigira que ambas, demonstrassem terem recursos para adquirir o bilhete,
repetindo sempre, que queria “creditar” nelas. Foi quando a segunda golpista,
afirmou que possuía em sua conta corrente, uma determinada quantia em dinheiro,
pedindo que fosse levada até o banco para sacar o numerário e mostrar para a
primeira que tinha como garantir em parte o prêmio do bilhete premiado.
Enquanto Lucy e a caipira
esperava no veículo, aquela segunda golpista, entrou no banco e saiu com uma
considerável quantia em dinheiro, entrando no veículo abriu a bolsa e exibiu um
maço de notas graúdas. Com aquele ato, evidentemente forjado, convenceram Lucy
de ir em seu banco e sacar uma determinada quantia em espécie para juntas
convencerem a caipira que tinha dinheiro para garantir parcialmente o falso
prêmio.
Em uma altura do engodo,
a caipira forjou desistir do acordo e deixou repentinamente o veículo, forçando
Lucy a segui-la convencendo a retornar para o interno do carro, deixando a
bolsa com o numerário que sacara do banco, juntamente com a segunda golpista,
que evidentemente se apossou daquele montante.
Sei que Lucy se quer
soube explicar o que havia acontecido, de como ocorreu o desfecho do golpe,
somente dizendo que ficou sem o dinheiro, e dos presentes que trouxera de
viagem para presentear suas amigas, que se encontravam no porta malas.
Em resumo, há de se
concluir, que Lucy fora vítima de sua própria ganancia, talvez por achar que
ela e a comparsa da golpista, iriam passar a humilde caipirinha roceira,
portadora de um robusto prêmio de loteria. Vale o velho adágio popular, “quem
tudo quer, nada tem”.
O mais hilariante de tudo
isto, é que toda ocasião que Lucy conta sua versão do golpe, é interrompida com
um peculiar adjetivo: “Buuurraaaaa!!!!....”
É
importante esclarecer, como dito inicialmente, o golpe do bilhete premiado vem
sendo aplicado a muito tempo, desde os primórdios da criação das loterias em
nosso país, como vem narrado no blogue denominado “MONITOR DAS FRAUDES” (www.fraudes.org.com), do qual tomo a
liberdade de transcrever na íntegra.
“Este é sem dúvida um dos golpes mais
tradicionais e antigos do Brasil. Segundo algumas fontes os primeiros casos
remontam até os anos quarenta.
Recebi literalmente dezenas de denúncias de vítimas deste tipo de fraudes. O roteiro clássico é o seguinte: O golpista, com jeito de caipira pouco esperto ou de pessoa humilde, pede informações sobre o endereço de uma agência da Caixa Econômica Federal dizendo que é para receber um prêmio de loteria ou outro sorteio.
Recebi literalmente dezenas de denúncias de vítimas deste tipo de fraudes. O roteiro clássico é o seguinte: O golpista, com jeito de caipira pouco esperto ou de pessoa humilde, pede informações sobre o endereço de uma agência da Caixa Econômica Federal dizendo que é para receber um prêmio de loteria ou outro sorteio.
As vítimas típicas são pessoas idosas, às quais
é mostrado o bilhete premiado (forjado ou falso), juntamente com um documento
da Caixa Econômica Federal (também falso ou forjado) constando o número do
bilhete premiado e o valor do prêmio.
Se for concurso tipo "mega sena" será mostrado um comprovante dos números sorteados (verdadeiro ou falso) e um falso bilhete com aposta nos mesmos números.
Às vezes eles apresentam um verdadeiro bilhete com aposta nos números ganhadores de um concurso anterior (veja exemplo abaixo), e um comprovante dos números sorteados naquele concurso, contando com a falta de atenção da vítima quanto ao número do concurso.
Em alguns casos o bilhete é forjado com o número de um bilhete que realmente ganhou, assim o documento para comprovar o sorteio não precisa ser falsificado (pode ser um jornal).
A caminho da Caixa Econômica, e depois de muita conversa, o golpista propõe à vítima de lhe vender o bilhete premiado por uma fração do seu valor.
Em alternativa poderá apresentar a proposta como um pedido de ajuda para resolver problemas. Ajuda na qual a vítima supostamente sairia ganhando. Para justificar a generosa oferta dirá que tem pressa porque o ônibus para sua cidade parte em 15 minutos, que esqueceu ou perdeu os documentos (e não pode retirar o prêmio), que está desorientado com a burocracia ou com a "cidade grande", que é analfabeto, que tem alguém esperando ele, que a mãe dele está no hospital etc...
Se for concurso tipo "mega sena" será mostrado um comprovante dos números sorteados (verdadeiro ou falso) e um falso bilhete com aposta nos mesmos números.
Às vezes eles apresentam um verdadeiro bilhete com aposta nos números ganhadores de um concurso anterior (veja exemplo abaixo), e um comprovante dos números sorteados naquele concurso, contando com a falta de atenção da vítima quanto ao número do concurso.
Em alguns casos o bilhete é forjado com o número de um bilhete que realmente ganhou, assim o documento para comprovar o sorteio não precisa ser falsificado (pode ser um jornal).
A caminho da Caixa Econômica, e depois de muita conversa, o golpista propõe à vítima de lhe vender o bilhete premiado por uma fração do seu valor.
Em alternativa poderá apresentar a proposta como um pedido de ajuda para resolver problemas. Ajuda na qual a vítima supostamente sairia ganhando. Para justificar a generosa oferta dirá que tem pressa porque o ônibus para sua cidade parte em 15 minutos, que esqueceu ou perdeu os documentos (e não pode retirar o prêmio), que está desorientado com a burocracia ou com a "cidade grande", que é analfabeto, que tem alguém esperando ele, que a mãe dele está no hospital etc...
Se a vítima cair nesta conversa sacará o
dinheiro da própria conta bancária e o entregará ao golpista em troca de um
bilhete que não vale nada. Existem casos onde o golpista, em vez de dinheiro
(que pode não estar disponível na conta da vítima), aceita valores como jóias etc...
Existem variantes onde, para pressionar ou incentivar a vítima a ir sacar seu dinheiro no banco, no meio da conversa com o golpista que oferece o bilhete, aparece um comparsa se dizendo pronto a comprar o bilhete (aí a vítima pode achar que está perdendo um bom negócio), ou se oferecendo como sócio da vítima na compra do bilhete e mostrando parte do dinheiro necessário, ou ainda, prestativo, ajuda, ligando com o seu celular, a verificar que o bilhete é mesmo "premiado" !! (sic).”
Existem variantes onde, para pressionar ou incentivar a vítima a ir sacar seu dinheiro no banco, no meio da conversa com o golpista que oferece o bilhete, aparece um comparsa se dizendo pronto a comprar o bilhete (aí a vítima pode achar que está perdendo um bom negócio), ou se oferecendo como sócio da vítima na compra do bilhete e mostrando parte do dinheiro necessário, ou ainda, prestativo, ajuda, ligando com o seu celular, a verificar que o bilhete é mesmo "premiado" !! (sic).”
Lucy não foi a primeira e nem será a última a cair
neste antigo golpe, então, fica aí um alerta, cuidado com os golpistas, e lembrem-se,
do velho adágio popular, “quem tudo quer nada tem”.