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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

PERSEGUINDO A VINGANÇA - 18ª Parte.



    Nas noites seguintes começou a estudar os seus dois alvos. O primeiro a ser estudado era o bandido convertido, que há alguns tempos atrás havia visto no culto evangélico, gritando “Glória a Jesus!”. Nas noites de culto, ia até próximo a Igreja e ficava a observar a chegada dos crentes, após dava umas voltas pelas redondezas deixando o tempo passar, para quando fosse finalizado o culto, pudesse ver os fieis saindo dela, e vendo o seu alvo o seguia de longe sem levantar suspeitas, procurando um momento certo para cumprir sua sina.
    E assim foi por muitas ocasiões, sendo que frequentemente via sua amada se fazendo acompanhar pela mãe estava assídua nos cultos. Ele a fitava de longe, e podia notar nela um semblante triste o que em muitas destas ocasiões o levava a querer correr ao seu encontro e desistir por completo de sua promessa.
   Sentido seu momento de fraqueza, procurava sair dali para aguardar sua presa, pois somente ela daria forças para prosseguir com o seu objetivo vingativo. Somente vendo o bandido convertido Edi Bala para lembrar-se de sua promessa, pois o ódio era sua herança.
   Em um final de tarde, após o expediente do posto, dirigiu-se para seu alojamento nos fundos da borracharia, levantou o velho colchão de espuma, onde ao lado havia uma cavidade feita estrategicamente. Enfiou a mão lá e alcançou um pequeno volume envolto em um trapo manchado de óleo. Desembrulhou com cuidado para revelar o seu revolver limpo e lubrificado.
   Na mesma cavidade, havia um pé de meia preto, onde Tião guardava algumas balas, que havia adquirido de um Policial. Tanto armas como munições eram facilmente compradas de Policiais corruptos, que as apreendiam de uns, e em seguida as passavam para outros interessados. Uma prática rotineira naquela e em outras regiões deste imenso Matogrosso.
   Municiou-a e a colocou na cinta na parte de traz do seu corpo cobrindo-a com a camisa de modo ficar bem escondida e não levantar suspeitas.
   Ao sair do alojamento encontrou-se com o velho Pedro que estava chegando para o seu turno, empurrava sua bicicleta onde no guidão havia pendurado uma sacola com uma térmica de café e um recipiente com biscoitos de polvilhos que trazia para o lanche de mais tarde.
   Tião vendo o seu velho amigo, já foi logo dizendo:
   _ E aí veio, como vai a mué, tudo bem?!
   _Minino aquela veia num morre tão cedo, ela ainda vai me interra e não duvida não se ela não interra também o amigo! Soltando uma feliz gargalhada para em seguida estender a mão para Tião.
   Tião cumprimentou o amigo procurando disfarçar a tensão que estava sendo submetido naquele momento, pois estava prestes a sair ao encalço de um dos objetivos de sua ira, e se tudo corresse bem Edi Bala seria notícia e comentários em rodas de botecos no dia seguinte.
   Tião olhou a bicicleta de Pedro, e foi logo dizendo ao velho:
   _Seu Pedro, dá prá me empresta sua bicicleta, tenho que ir visita um amigo lá pras bandas do Cuiabazão?
   _Pode pegá Tião, eu não vou usar memo! Respondeu o velho ao jovem Tião.
   O velho alcançou sua sacola que estava pendurado no guidão entregou o veículo para o jovem e foi logo dizendo:
   _Vê se cuida da minha “magrela” hein Tião!?! Soltando aquela feliz e costumeira risada, achando graça de sua recomendação.
   _Fica carmo veio, eu vou cuidar como se fosse minha! Falou Tião à Pedro que ainda ria divertidamente.
   _É bom mesmo se não, não empresto mais! Disse Pedro despedindo-se de Tião e caminhando em direção do Posto.
   Em seguida partiu em direção a cidade pedalando-a vagarosamente desviando dos inúmeros buracos do trajeto, porém seu pensamento estava além daquele local, pois iria até a Igreja, ficaria por ali até o término do culto, e após seguiria Edi, até um local escuro onde cumpriria sua sina.
   Dias antes, quando Tião o seguia de longe, constatou que havia um quarteirão próximo a casa de Edi, onde o serviço poderia ser feito. O local era tomado por grandes árvores frutíferas, como mangueiras, jaqueiras e cajus, plantadas nos quintais, cujos galhos avançavam em direção ao leito carroçável da rua, tampando as fracas e quase raras luminárias ali existentes. Tião alguns dias passados havia quebrado uma das luminárias, com uma pedrada, premeditando o cenário de sua vingança dificultando ainda mais que alguém pudesse o reconhecer após os disparos.
   Tião já havia observado bem aquele trecho da rua, e na esquina abaixo da casa de sua vítima, havia um grande terreno baldio, tomada pelo "colonião" e alguns arbustos nativos, que iriam colaborar ainda mais para sua evasão do local do crime.
   Próximo ao término do culto, Tião pegou a bicicleta e dirigiu-se ao local escolhido, procurou um lugar escuro e aguardou próximo ao portão da casa de Edi Bala.
   Não demorou muito para que Edi virasse a esquina dois quarteirões acima, Tião pode ver que era ele, porque este quando não cantarolava algum hino de louvor o assobiava fervorosamente enquanto caminhava, olhando pelos lados constantemente como estivesse com medo ou receio de algo. Talvez isto fosse consequência do seu passado de pistoleiro, onde não hesitava em tirar as vidas que lhe eram encomendadas.
   Edi Bala, tinha medo do escuro, pois vivia atormentado pelos fantasmas do seu vilipendioso passado, talvez este seria o motivo de buscar uma Igreja Evangélica e converter-se, tentando encontrar paz para uma alma atormentada.
   Tião o via vindo em passos largo em sua direção, neste momento lembrou-se de suas caçadas na mata em Porto dos Gaúchos, quando seu falecido pai, o deixava em um “puleiro” próximo a um pé de "tucum", aguardando a caça, quase sempre uma Paca. No breu silencioso da noite, ele podia escutar o ruído que esta fazia nas folhas secas, quando então se aproximava para roer os cocos, era acender a lanterna focando-a nos olhos e puxar o gatilho da espingarda, garantindo assim a mistura do outro dia.
   Era quase a mesma coisa, só que agora não era uma deliciosa Paca, mas sim uma serpente uma grande  “Pico de Jaca”[1], uma peçonhenta, perigosa e rastejante víbora que a muito havia de estar morta.
   Com a aproximação de Edi, Tião pode sentir o seu coração disparar, não sabia se era de medo ou mera ansiedade, levando-o a alisar a coronha do revolver no mesmo tempo que o empunhava tirando-o do cinto, colocando-o estrategicamente junto a perna a fim que sua vítima não visse.
   Quando Edi estava próximo uns três metros, de Tião, e o vendo encostado na cerca, foi logo dizendo:
   _Boa noite cumpanheiro, deseja arguma coisa?!
   _Isso é pelo meu pai, seu vagabundo!!! - Disse-lhe o Jovem.
   Tião apontou-lhe o revolver na direção da sua vítima e por três vezes puxou fortemente o gatilho, sendo que os disparos ecoaram noite adentro, acertando o seu alvo na altura do tórax. Os três tiros alvejaram Edi Bala que ao cair gritava de joelhos com o impacto dos disparos agonizando e clamando por salvação.
   _Me salve Jesus, não deixe o diabo me levá”
   Tião ouvindo aquilo, guardou o revolver no cinto de onde sacara, montou na bicicleta pedalando-a com vigor desceu rua abaixo para em seguida virar a esquina acobertado pelo manto escuro da noite, deixando para trás o corpo de Edi Bala em agonia. Com o barulho dos estampidos, Tião pode notar que em algumas casas luzes se acendiam, porém tranquilizou-se por já estar distante do local do homicídio.
   Enquanto pedalava a bicicleta pelas ruas da cidade, sentia o coração palpitando, não só pelo seu esforço físico mais também de alegria por ter cumprido em parte a sua promessa. Havia matado um dos que havia tirado a vida do seu velho pai.
   Dirigiu-se rapidamente para o seu quarto, cuidando antes de entregar a bicicleta para Pedro que foi logo lhe perguntando:
   _Voltou logo minino? – Pedro estava ao lado de uma das bombas de combustível, segurando uma caneca de plástico azul com café.
   _Não quer tomar um café, tá quentinho? – Disse lhe Pedro Novamente.
   _Não Véio, to com um pouco de sono, brigado pela magrela, vô me deita que amanhã a coisa pega logo cedo! – Respondeu lhe Tião para em seguida dirigir-se ao seu alojamento, evitando prolongar o papo com o seu amigo.
   Chegando ao seu quarto, Tião pegou o revolver que estava no cinto, alcançou um recipiente com óleo e passou a lubrificá-lo, cuidando de tirar os resíduos de pólvora que havia no cano, com um pedaço de arame amarrado em um dos seus extremos com um pedaço de estopa embebido em óleo lubrificante.
   As cápsulas deflagradas, Tião cuidou de colocá-las no vaso sanitário para em seguida acionar a descarga, pois tinha ele certeza que em caso de uma investigação policial ninguém iria olhar dentro da fossa séptica.
    Tião passou uma água pelo rosto e braços para limpar o suor, e depois disto, deitou-se em sua cama para tentar dormir, porém a adrenalina que ainda estava em seu sangue não iria permitir que o sono viesse logo.
    Então veio em sua mente a cena do crime. O som dos disparos ainda ecoava em sua cabeça, fazendo o seu coração bater forte, lembrando de sua vítima em agonia. Para Tião não havia remorso, somente regozijo e certeza do dever cumprido.
    Ainda faltava um, e quando terminasse seu intento correria para os braços de sua amada, pra cobri-la de beijos e possuí-la como mulher. Fechou os olhos e dormiu.

CONTINUA..............





[1] Grande cobra peçonhenta das florestas tropicas Brasileiras, o mesmo que Surucucu.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Para onde estão indo os frutos dos nossos esforços.



   Segundo matéria veiculada pelos principais meios de comunicação em massa, o governo federal arrecadou 118,364 bilhões de reais em impostos e contribuições em dezembro, acumulando no ano receita recorde de 1,138 trilhão de reais, informou a Receita Federal nesta quarta-feira. O número representa alta real mensal de 8,25% e, no ano, de 4,08%.

   Pois bem, tenho exaustivamente publicado neste meu blogue, o descaso dos nossos governantes quanto a situação do nosso país, principalmente quanto a falta de manutenção de nossas estradas, a falta de ferrovias, que após serem estatizadas foram levadas a total falência, muitas fecharam e teve seu patrimônio depredados e furtados (como é o caso da antiga Sorocabana  em São Paulo que na mão do estado virou sucata).

   O Brasil, vive mergulhado no caos da falta de logística, e o Governo petista mancomunado com os pemedebistas e outros aliados mais, só aparecem com discursos vazios, com o propósito de manter o povo em erro e se manterem no poder.

   Recentemente a Presidente Dilma inaugurou em Cuba um porto financiado pelo dinheiro do BNDS, evidentemente fruto da exorbitante carga tributária que nós brasileiros estamos sendo submetidos neste últimos anos.(Veja post do dia 21/01 intitulado “As benevolências petistas para Cuba”). Onde estão os nossos Congressistas que assistem tudo calados?!! Onde está o Ministério Público, que não instaura uma investigação?!! E a imprensa que não explora tal fato em denuncias jornalísticas?!!

   Lembro daquela antiga piadinha, que quando Deus estava fazendo o mundo fora questionado por uma Anjo, que lhe perguntara por que o Brasil estaria sendo beneficiado, com terras férteis, clima bom que permitiria duas safras anuais, ausência de terremotos e tornados, ao contrário de outros países. E Deus o respondera que era para ver o povinho que colocaria lá em cima e os governantes que iriam governa-los. Seria esta nossa maldição?!!!

     Recentemente um amigo meu foi assaltado, onde deixaram ele e membros de sua família retidos na mata, enquanto sumiam com sua camionete. Enquanto ele me narrava o que havia passado, fiquei a imaginar que além de sermos assaltados constantemente pelos nossos Governantes, com a onerosa carga tributária somos também vítimas de outros bandidos estes sem mandatos, mas bem armados, e até protegidos por ONGs de Direitos Humanos quando são presos.

     Não tem para onde correr, pois se correr o bicho pega se ficar o bicho come. É quase certeza que o veículo que roubaram do meu amigo, passou a fronteira e está nas mãos de traficantes bolivianos, ou seja, virou pó no sentido lato da palavra.

   Lembrem-se que a Bolívia é governada por um “cocaleiro”, “cumpanheiro” da “petezada” que nos governam. Lembram do incidente da Petrobras?!!

    Enquanto nada é feito eles pegam tudo o que nos produzimos e entregam para ditaduras aliadas, há suspeitas que parte destes recursos serão repatriados para o pagamento de propinas e comissões, afinal de contas este ano teremos eleições e precisam comprar apoios para se eternizarem no poder. Êta povinho bom!!!


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

LASTIMÁVEL PERDA.



    A perda lastimável de um nascituro ocorrida em nossa cidade vem dando motívos para que os munícipes comecem a cobrar do poder executivo maiores providências quanto à saúde municipal. Infelizmente precisa acontecer uma tragédia para que nos levem a cobrar providências das autoridades administrativas.
    Tomei conhecimento do triste acontecimento, pelo ex oficioso, e não pude deixar de ler os comentários inseridos na matéria.
    Não pretendo antecipar um falso juízo de que se houve ou não negligência médica no mencionado caso, bem por que, como dissera a Ilustre Secretária de Saúde Municipal, as pessoas buscam um culpado quando fatos como este vêm acontecer.
    A dor dos pais quanto a irreversível perda merece uma resposta mais precisa das autoridades municipais, pelo menos com a instauração do inquérito administrativo para apurar elucidar com mais eficácia se houvera ou não a negligência médica que a família e a população de um modo geral desconfiam. Os pais merecem uma resposta, o munícipe merece uma resposta.
    Não estou aqui acusando um ou outro, somente acho que todos merecem uma resposta, o silêncio das autoridades somente irão contribuir ainda mais para avolumar as especulações sobre o assunto.
    O que mais me chamou a atenção na mencionada matéria foram os comentários nela postados, um dos motivos que me levaram a escrever este “post”.
    Li nos comentários feito na matéria veiculada por aquele “site”, onde médicos e outros profissionais da saúde foram chamados de  açougueiros e outros adjetivos mais... Somente com a instauração do competente inquérito administrativo poderão ser esclarecidos os fatos inclusive inocentando o médico se as acusações vierem a ser confirmadas como injustas.
    Outro comentário que me chamou a atenção foi de um internauta que dissera  “que porto ainda estaria sendo um bairro de Juara”, pois segundo seu julgamento nosso Município continua a ser dependente do vizinho rico. Não deixa de ter certa razão em seu comentário.
     Pois bem, irei responder eu ao internauta que acusou Porto de ser um bairro de Juara. Senhor internauta, não é de hoje que cobro das autoridades municipais, maior independência quanto ao nosso vizinho rico, é só ler as postagens antigas neste meu insignificante blogue que irão confirmar esta situação.
    Porto dos Gaúchos precisa começar a agir com mais independência caso contrário, continuaremos a orbitar como um satélite de insignificante posição ao município vizinho de Juara.
    Lá tem dois renomados Deputados, sendo um deles considerado de maior influência no contexto político deste Estado, que tem aqui em nosso município inúmeros séquitos e puxa sacos, que agem e sempre agirão como “vaquinhas de presépio”.
    Enquanto a Comarca de lá possui dois Juízes em suas Varas, nossa Comarca não possui nenhum, recebe atendimento do Juiz da vizinha Comarca de Tabaporã.
    Enquanto lá tem prédio do fórum e do Ministério Público, aqui o prédio está interditado desde maio do ano passado, sem que as autoridades municipais tomem quaisquer providências. Pelo menos que eu tenha conhecimento.
    Conclui-se então que não é só na saúde que estamos dependendo de Juara, dependemos também na Justiça, onde Juiz e Representante do Ministério Público são titulares de outra Comarca, e assim por diante.
    Também no comércio, já que alguns empresários locais relutam em investir em nossa cidade, em bens e serviços, que muitos insistem em buscar na vizinha cidade de Juara, enfim, em uma infinidade de situações que ainda infelizmente estamos dependendo de outros municípios.
    Retorno ao assunto em pauta, que levou-me a escrever este “post”, lastimável perda, e que o Verdadeiro, Único e Eterno Deus conforte o coração deste casal.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

PERSEGUINDO A VINGANÇA - 17ª PARTE.



                   Com o cair da noite, e depois de encerrado suas atividades no posto de Gasolina o jovem Tião, tomou um banho rápido e em seguida foi procurar sua namorada Rosilda, e lá chegando aguardou-a no portão como de costume após avisar que já a estava esperando.
                   De lá de fora, o jovem pode ver a sua amada surgir por detrás da cortina de fitas, que separava a sala da cozinha e caminhando apressada veio em seu encontro, para lhe deferir um apaixonado beijo e igual abraço.
                   Por um momento o jovem pode sentir seu perfume de rosa, que exalava daquele longo e preto cabelo, que roçava seu rosto, enquanto seu lábio colado ao dela fazia o coração palpitar de grande paixão. Em poucos  momentos quase fez que o jovem esquecesse-se de sua promessa,  feita há algum tempo atrás perante o corpo sem vida de seu velho pai.           
                   O jovem delicadamente afastou sua namorada do seu corpo para em seguida pedir-lhe que sentasse no banco de tábua existente ao lado do portão. Logo depois deu início a conversa cujo assunto a muito estava lhe afligindo.
                   Tião sentou-se ao lado de Rosilda e foi logo falando com aquele  seu jeitão acaboclado:
                  −Rosirda meu bem, tenho argo muito sério prá fala pro ocê!..
                   _Então fala meu amor! – Disse-lhe Rosilda, fitando seu namorado que naquele momento encontrava-se de olhar baixo, procurando furtar-se e encará-la.
                   _Tô com uns probrema, coisa minha pessoar, nada com ôce, mué, mais vou ter que dá um tempo em nosso namoro. – Falou Tião sem encarar a sua namorada que em silêncio buscava olhar dentro dos seus olhos.
                   _Do que ocê tá falando home de Deus!.. – Já foi perguntando-lhe a assustada Rosilda para seu namorado que continuava sem encará-la, com olhar baixo sem um rumo qualquer.
                   _Se nois se ama, temo que dividir também os probremas. – Disse-lhe Rosilda buscando nele uma resposta mais clara a aquela desconfortante e entontecedora conversa.
                      Tião então olhou para sua namorada e foi logo dizendo:
                   _Se ôce me ama como tá dizendo então não faiz pergunta.
                   _Só to pedindo um tempo em nosso namoro, prá eu resorver uns probremas particular mué! É só!.. – Disse Tião buscando encurtar a conversa, pois na verdade tinha receio que aquela mulher que ele nutria verdadeira adoração conseguisse fazê-lo desistir de sua sina.
                   _Purquê? Só me diga purque!?! – Insistia Rosilda sem nada entender, ao mesmo tempo em que se alto indagava se teria feito algo de errado para que seu namorado agisse como estava agindo.
                   _Já falei mué! Não é nada com ôce, é comigo memo! – Falou-lhe Tião, buscando confortar sua namorada.
                   _Então é assim, tamo terminando com nosso namoro? – Questionou Rosilda para Tião, que com um movimento repetitivo e negativo com sua cabeça, buscava palavras em sua simplicidade para dizer para ela que não era término do seu namoro mais sim um momentâneo afastamento para que pudesse fazer o que a muito pretendia.
                   _Não mué, já falei pro ocê que não é isso! Só quero um tempo longe de ôce para resorvê uns probremas, é só. – Disse Tião a Rosilda buscando evitar que sua amada caísse em pranto, pois seus olhos já marejando lágrimas dava o sinal do inevitável choro.
                   Tião vendo aquilo buscou amenizar a situação, falando para sua namorada como ela era importante para ele, e que após resolver os seus problemas particulares viria ao seu encontro, para levá-la ao altar com as bênçãos de Deus torná-la assim sua esposa para todo o sempre.
                   Mesmo assim Rosilda não entendia o porque de ficar longe do seu amado, já que este não era o desejo dele e muito menos dela que naquele momento já estava a soluçar com os olhos cheios d’água.
                   As insistências de Rosilda em buscar entender aquela situação acabavam em nada, frente ao silêncio de Tião, em não responder suas indagações.
                   Tião então virou-se e saiu caminhando de frente da casa de sua amada, procurando não olhar para trás, para não cair na tentação de correr de volta atirando-se aos pés daquela jovem mulher que ainda iria desposar. Tião queria mesmo, cobri-la de beijos para em seguida possuí-la loucamente como um homem deve possuir uma mulher.
                   Mas prosseguiu em seu intento, pois ali estava o desejo de vingança firmado com uma promessa ao lado do sepulcro do seu velho e amado pai.  Ele tinha que cumprir o prometido, sem o qual não poderia dormir em paz e acabar definitivamente com aqueles terríveis pesadelos.
                   Enquanto retornava para o posto, sentia a brisa fresca da noite, que trazia consigo um suave perfume de flores, enquanto vencia os quarteirões daquela antiga cidade, pensava uma forma de fazer o prometido sem que levantasse suspeitas trazendo-lhe problemas com a Polícia e com a Justiça, apesar de saber que o desaparelhamento da policia local certamente não lhe traria perigo nenhum. Ele somente queria era cumprir sua promessa, e retornar para sua amada.
                  
CONTINUA........